Indústria têxtil volta a produzir

Fotografia: DR

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A Textang II (Luanda) e a África Têxtil (Benguela) começam a operar este ano, depois das obras de recuperação, nas quais o Executivo investiu 200 mil milhões de kwanzas, anunciou o secretário de Estado da Indústria.

Kiala Gabriel informou que estão concluídas as obras na Textang II, que está só à espera de ser inaugurada, e as da África Têxtil devem ficar terminadas ainda este ano. Com esta intervenção, a África Têxtil passa a ter o dobro do espaço, constituindo-se num “empreendimento gigante”.

As obras de renovação de uma outra fábrica têxtil, a SATEC, situada no Dondo, também progridem e a previsão é que acabem no próximo ano. A indústria têxtil vai ser apoiada com matéria-prima, através da produção nacional de algodão, relançada pelo Ministério da Agricultura em parceria com empreendedores interessados no programa.

Kiala Gabriel recordou que Angola passou por um período de seca que se prolongou até ao ano passado, esperando-se que os efeitos no cultivo de algodão sejam finalmente ultrapassados a partir de agora. Enquanto isso, as empresas seleccionadas vão ter de importar algodão.

Com a entrada em funcionamento destas unidades fabris, prevê-se a criação de mais de três mil postos de trabalho, aumento da riqueza nacional e a substituição competitiva das importações. Para o secretário de Estado, a indústria de cimento “está a ser motivo de orgulho” para Angola, onde já há um número significativo de produtores, embora prevaleçam enormes preocupações relativas à quantidade de clinker (a principal matéria-prima) que o país pode produzir.

Por agora, lamentou o responsável, os números apontam que 85 a 90 por cento do cimento consumido em Angola é importado, absorvendo uma quantidade significativa de divisas. “Há condições para se produzir clinker no país, até porque a sua produção vai promover o emprego”, afirmou.

O Censo Industrial de Angola já cobriu seis províncias, onde foram licenciadas mais de 1.500 unidades de produção. O fim do prazo de conclusão deste levantamento é em Outubro, altura em que os números vão ser divulgados e em que vai ser feita uma base de dados do sector. Nos últimos quatro anos, a média de contribuição do sector para o Produto Interno Bruto (PIB) foi de 6,25 por cento.

O crescimento industrial de Angola atingiu, nesse período, picos de oito por cento ao ano e espera-se que a partir deste ano atinja taxas superiores a 12 por cento. “A nossa contribuição para o PIB de 6,25 por cento não é satisfatória.

Gostávamos de ter taxas de 15 por cento, apesar desse valor, para um país que se pretende industrializar, não represente nada”, reconheceu. “Gostávamos de estar na ordem de 25 por cento ao ano, era o ideal.

Os países industrializados  têm taxas de crescimento de 70 por cento ao ano mas, em média, países com as nossas características têm os15 por cento como uma boa base de partida”- disse. O programa de industrialização, que aguarda a sua aprovação ao mais alto nível, dá prioridade a tudo o que substitua de forma competitiva as importações.

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