Indústria de papel está em reactivação

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Uma nova indústria de produção de papel vai ser instalada no antigo complexo industrial da Companhia de Celulose e Papel de Angola (CCPA), localizada na vila do Alto Catumbela, município da Ganda, 202 quilómetros a sul da cidade de Benguela.

A informação foi dada pela ministra da Indústria, Bernarda Martins, no final de semana, após uma visita à antiga Companhia de Celulose e Papel de Angola (CCPA). A ministra Bernarda Martins não avançou a data de início nem o orçamento projectado para a reactivação da indústria.

Bernarda Martins afirmou que a intenção do Governo é a recuperação do antigo complexo, no quadro do impulso que se pretende dar ao desenvolvimento e progresso económico do país. O sector da Indústria, referiu, está engajado na elaboração do estudo de viabilidade para a instalação dessa indústria.

Bernarda Martins considerou importante cuidar dos princípios que norteiam os perímetros florestais da antiga Companhia de Celulose e Papel de Angola, para posteriormente se pensar na sua expansão. Para a ministra, cuidar dos perímetros florestais da Companhia de Celulose e Papel de Angola consiste em travar as situações anárquicas que têm acontecido, com realce para as queimadas e exploração de madeira não autorizada.

“Nós devemos também criar condições que permitam começar a fazer a plantações de espécies, para quando arrancar uma indústria de celulose e papel, haver matéria-prima para a produção”, afirmou a ministra. Actualmente, nove empresas mistas de carácter multinacional e estrangeiras estão empenhadas na exploração da madeira de eucaliptos e pinho em 18 perímetros florestais da celulose, localizados nas regiões do Alto Catumbela (Benguela), Chikoko, Quingenge, Ucuma, Tchandenda e Caála (Huambo). O antigo complexo industrial da CCPA, localizado na vila do Alto Catumbela, conta com uma nova Comissão de Gestão, integrada por cinco membros, desde o último fim-de-semana.

A ministra da Indústria, Bernarda Martins, que procedeu a apresentação dos novos gestores aos trabalhadores e agentes concessionários de exploração de eucaliptos, disse que a Comissão de Gestão deve, num período de três meses, mostrar um diagnóstico sucinto para a recuperação dos perímetros florestais da antiga unidade de produção.

Bernarda Martins admitiu a existência de pessoas a praticarem o abate indiscriminado da floresta, inclusive concessionários autorizados. Para inverter o actual quadro, ela exortou as autoridades administrativas, tradicionais e concessionários a colaborarem com o Governo no sentido de se pôr cobro a esta prática. “É preciso acabar-se com esta prática e cuidar o património da CCPA, sobretudo dos perímetros florestais”, sublinhou a ministra Bernarda Martins.

No sábado, a ministra da Indústria inteirou-se da execução de um projecto agro-industrial que consiste na produção de álcool e aguardente, numa iniciativa de âmbito privado da Fazenda Vista Alegre, na comuna do Caiave, município de Caimbambo.

Durante a visita a fazenda, situada a 30 quilómetros a Norte da sede municipal de Caimbambo, a ministra viu o funcionamento da fábrica de aguardente da fazenda, com capacidade de produzir três milhões de litros por mês e uma mini-hídrica que vai produzir 2,5 megawatts de energia eléctrica.

A ministra Bernarda Martins realçou a iniciativa do empresariado privado e incentivou o aumento da plantação de laranja e cana-de-açúcar, por serem matérias-primas para a fábrica implantada no perímetro da fazenda.

O vice-governador de Benguela para os Serviços Técnica e Infra-estruturas de Benguela, Victor Moita, disse que o projecto agro-industrial que nasceu na comuna do Caiave abre oportunidades de mais postos de trabalhos. Contando com mais de 220 trabalhadores, a Fazenda Agro-Industrial Vista Alegre do Caiave tem mais de 22 mil hectares, cinco mil dos quais ocupados com plantação de cana-de-açúcar e laranjeira e os restantes reservados para o pasto.

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