Historiadora angolana quer definição das relações ancestrais Brasil-Angola

A historiadora da Universidade Lusíadas, Isilda Hurst, apelou, no Rio de Janeiro, aos pesquisadores a trabalhar na investigação de um eventual retorno de ex-escravos para Angola e na pesquisa da existência de famílias angolanas descendentes de brasileiros.

A académica fez este apelo, terça-feira, quando desenvolvia o tema Os Caminhos Cruzados do Brasil e Angola ao longo da história, que se realizou no quadro da Semana de Angola  que acontece desde segunda-feira no Rio de Janeiro.

Isilda Hurst identificou cruzamentos entre os dois países na arquitectura, na movimentação de brasileiros para Angola e seu legado, ainda no fim do século XIX, e nas artes onde a co-produção de filmes e novelas sobressaem.

Numa  amostra de um grande conhecimento da realidade de Angola, o professor brasileiro Marcelo Betencourtt da Universidade Federal Fluminense falou da influência do Brasil na gênesis e afirmação de um jornalismo angolano no fim do século 19, no qual se salientou a figura de José de Fontes Pereira, um nativo angolano que nos seus escritos já fazia a apologia da importância da independência do Brasil para Angola.

O professor Marcelo Bentencourtt abordou o reconhecimento de Angola pelo Brasil e da contribuição do pedagogo brasileiro Paulo Freire na luta de Angola contra o colonialismo, ao ajudar o MPLA, então movimento de Libertação, a implantar o seu Sistema de Alfabetização (premiado pela UNESCO) nas zonas libertadas.

A semana de Angola na PUC prossegue quinta-feira com o tema relações Internacionais, para se falar sobre o papel geopolítico de Angola.

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