Há colégios que já atingiram a qualidade

Fotografia: Dombele Bernardo
O presidente da Associação Nacional de Ensino Privado declarou, quinta-feira, em Luanda que, depois de grande parte dos 706 colégios em Angola ter alcançado um ensino de qualidade, precisa agora de alcançar a excelência para se tornar uma referência.
António Pacavira, que falou ao Jornal de Angola à margem de um encontro internacional de Educação, promovido pela instituição, disse que os colégios privados com qualidade de ensino estão espalhados, por exemplo, pelas províncias de Luanda, Benguela, Cabinda e Huambo.
O responsável acentuou que a qualidade que é registada no ensino particular tem atraído um número cada vez maior de alunos, actualmente estimado em um milhão, o que reflecte os esforços desenvolvidos também pela Associação Nacional de Ensino Privado. “Quando se chega a esse número, significa que já temos uma boa aceitação e já podemos dizer que a procura hoje em dia é grande”, disse António Pacavira, informando que há colégios que já não têm vagas para matricular para o próximo ano lectivo.
A Associação Nacional de Ensino Privado trouxe ao país para o encontro internacional, subordinado ao lema “Da qualidade à excelência e da excelência à referência”, a directora do colégio Ribadouro, um centro de ensino de referência existente em Portugal e em mais países da Europa, que transmitiu a experiência da instituição. António Pacavira disse que a escolha do tema se deve às reclamações de que falta qualidade de ensino quer nas escolas públicas quer nas privadas em Angola, pelo que “precisamos de passar da fase da quantidade de instituições de ensino para a fase da qualidade”. A associação, acrescentou, tem trocado experiências com países que já atingiram o nível de excelência e que já têm muitas escolas de referência. “Queremos transformar as nossas escolas em centros de rendimento académicos, de excelência e de referencia, daí que hoje queiramos preparar e despertar nas pessoas o espírito de compromisso”, acentuou António Pacavira.
Em Angola, disse, existem várias escolas agrupadas, mas que não trabalham em sistema de agrupamento, pelo que “precisamos de criar as premissas jurídicas, técnicas e pedagógicas para trabalharem nesse sistema”.
A directora do colégio Ribadouro, Conceição Pinheiro, além de ter apresentado o plano estratégico da instituição, falou sobre o conceito de gestão a nível de agrupamentos escolares, o modelo de gestão administrativo de qualidade e excelência e o paradigma de gestão pedagógica de qualidade e excelência. Para aquela responsável, é positivo quando temos escolas públicas e privadas onde um individuo dá os seus primeiros passos para a educação académica, desde o primeiro nível até à universidade.
Em seu entender, para o alcance de um centro de referência é necessário que os agentes de educação inseridos numa determinada instituição trabalhem incansavelmente. A Associação Nacional de Ensino Privado realizou, recentemente, um congresso sobre a “Família na escola”, onde participaram 500 encarregados de educação, e uma reunião com os colégios privados. A instituição promoveu, em Agosto, uma excursão académica à Europa, tendo levado mil alunos de várias instituições do ensino, que trocaram experiências escolares, sociais e culturais com alunos de Portugal e Espanha.