Grandes Moagens em ritmo acelerado

Fotografia: Dombele Bernardo

Fotografia: Dombele Bernardo

A Unidade Técnica para o Investimento Privado ( UTIP) registou na quinta-feira, em Luanda,  dois contratos de investimento privado avaliados em mais de 112 milhões de dólares que se destinam à produção de farinha de trigo e de água mineral.

Trata-se dos projectos privados das Grandes Moagens de Angola (GMA), em Luanda, e da Água de Nascente Natural Preciosa, na província da Huila. As GMA vão construir  uma fábrica para moagem de trigo e silos de armazenagem, enquanto a Água de Nascente Natural Preciosa vai implantar uma fábrica de bebidas não alcoólicas e de componentes necessários para o engarrafamento no município da Humpata.
O investimento das GMA, avaliado em mais de 101 milhões de dólares, visa a construção de infra-estruturas adstritas às instalações de produção, bem como aquisição de máquinas e equipamentos.
O administrador das Grandes Moagens de Angola, César Rasgado, revelou que o projecto é estruturante e ajusta-se às exigências do mercado nacional.
O gestor conta com o apoio do Executivo para desenvolver a indústria alimentar nacional, com significativo impacto social, criando 173 postos de trabalhos directos. O investimento enquadra-se no programa do Governo que visa o aumento da produção interna, com vista a substituir a importação da farinha de trigo.
De acordo com um relatório do Conselho Nacional de Carregadores, em 2015 foram gastos na importação de farinha de trigo mais de 500 milhões de dólares. “O que se pretende é poupar estas divisas, produzindo a farinha de trigo localmente”, frisou César Rasgado.
O gestor acrescentou que, numa primeira fase, a fábrica vai importar a matéria-prima  dos Estados Unidos, da França, Alemanha, Cazaquistão e Austrália, antes de iniciar a produção local.A fábrica, que cria 173 postos de trabalho, vai ser inaugurada no próximo ano e deve produzir 1.200 toneladas de farinha de trigo por dia. Parte da produção de farinha de trigo será transformada em farelo para ração animal. Cinquenta por cento deste produto  será exportado para países vizinhos, por forma a equilibrar a balança de pagamentos.

Ultrapassar dificuldades

Valdemar Ribeiro, administrador da fábrica da Água de Nascente Natural Preciosa, acredita que, com a assinatura do contrato de investimento, sejam ultrapassados os constrangimentos inerentes à importação de matérias-primas, permitindo o aumento da produção.
A fábrica tem uma capacidade de produção de 50 mil litros de água por hora, mas enfrenta dificuldades de engarrafamento  por falta de rótulos, cápsulas e plásticos, o que obrigou a empresa a reduzir o período de trabalho. A estratégia da empresa, segundo o administrador, passa pela negociação com entidades financeiras  que permitam a importação daqueles produtos.
A Água de Nascente Natural Preciosa, além de produzir para a região sul de Angola, está a exportar, a título experimental, para a Zâmbia, Namíbia e Botswana. A aceitação é grande, disse Valdemar Ribeiro, por ser um produto diferenciado de outros existentes nestes mercados.
“Mandamos água para ser testada e verificada e, como consequência, esses países já requisitam água de Angola”, informou. A chefe de departamento da Unidade Técnica para o Investimento Privado disse que assinatura dos dois contratos de investimento é importante para a economia angolana.
Cláudia Gonçalves referiu que  os dois projectos têm impacto sócio-económico, com a criação de postos de trabalho e o crescimento da indústria de panificação alimentar e ração animal.

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