Grandes avanços no sector do gás

Fotografia: Francisco Bernardo

Fotografia: Francisco Bernardo

O ministro das Finanças, Armando Manuel, foi um dos oradores, em Washington, da sessão que marcou o lançamento da “Iniciativa Zero Queima de Gás de Rotina até 2030”, na presença do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Executivos de grandes companhias de petróleo reuniram-se com altos funcionários do Governo de vários países produtores de petróleo, a fim de assumirem o compromisso, pela primeira vez, de pôr fim à queima de gás de rotina nos locais de produção de petróleo, o mais tardar até 2030. A iniciativa já foi aceite por nove países, dez companhias de petróleo e seis instituições de desenvolvimento.
Armando Manuel, que em Washington chefia a delegação angolana às reuniões de Primavera do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, esclareceu que Angola foi convidada a juntar-se à iniciativa por possuir legislação e um avanço substancial neste domínio.
“Na legislação angolana, uma prática que já vem dos anos 80 e que foi reafirmada na lei do sector petrolífero, as companhias estão limitadas a queimar o gás associável na produção de petróleo e em última instância a queima só pode estar ligada à necessidade de testes técnicos ou razões operacionais específicas e isto tem de ser objecto de aprovação”, disse.
Armando Manuel esclareceu que, nos dias de hoje, a queima representa uma perda de recursos energéticos suficientes para electrificar todo o continente Africano. O Banco Mundial, afirmou o ministro, oferece-se para dar todo o apoio na busca de soluções necessárias para acelerar o aproveitamento do gás natural.

Emissão de gases

Todos os anos, 140 mil milhões de metros cúbicos de gás natural produzido juntamente com petróleo são queimados em milhares de campos em todo o mundo. Isso resulta em mais de 300 milhões de toneladas de CO2 emitido para a atmosfera, o equivalente a emissões de 77 milhões de automóveis. Se esta quantidade de gás associado for utilizada para a geração de energia, pode fornecer mais energia eléctrica (750 mil milhões de kwh) do que aquela que todo o continente africano consome actualmente.  O gás hoje é queimado para uma variedade de razões técnicas, reguladoras, e económicas, ou porque não é dada a devida prioridade à sua utilização. “A queima de gás é uma lembrança visual de que estamos a lançar dióxido de carbono na atmosfera”, disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, reafirmando que conjuntamente podem ser tomadas medidas concretas para usar este recurso natural valioso para fornecer electricidade àqueles que não a possuem.
Ao aprovar a iniciativa, os Governos, as empresas petrolíferas e instituições de desenvolvimento reconhecem que a queima de gás de rotina é insustentável a partir de uma gestão de recursos e perspectiva ambiental e concordam em cooperar para eliminar a queima rotineira em curso, logo que possível e o mais tardar até 2030. A queima de rotina não tem lugar em novos campos de petróleo e os governos vão fornecer um ambiente operacional propício a investimentos e ao desenvolvimento de funcionamento dos mercados de energia.
À medida que se avança para a adopção de um novo acordo climático internacional significativo em Paris, em Dezembro, os vários países e as empresas demonstram uma acção climática real. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que a redução da queima de gás pode dar um contributo significativo para a mitigação das mudanças climáticas e fez um apelo a todos os países e às empresas produtoras de petróleo, para se juntarem a esta importante iniciativa.
O Banco Mundial tem sido muito activo nesta questão há 15 anos, como um dos membros fundadores da Parceria para Redução da Queima de Gás e tem trabalhado com os seus parceiros e o sector de Energia Sustentável das Nações Unidas para aumentar a utilização de gás associado, ajudando a remover as barreiras técnicas e legais para a redução da queima. Nos próximos meses, muitas companhias de petróleo e os governos que ainda não a tenham aprovado realizam revisões completas sobre a questão.

FacebookTwitterGoogle+