Grandes avanços na criação de peixe

Fotografia: Mavitidi Mulaza

Fotografia: Mavitidi Mulaza

A ministra das Pescas, Vitória de Barros Neto, aplaudiu as iniciativas e empenho dos empreendedores privados na criação de peixes, no Uíge, depois de ter constatado que perto de um milhão de exemplares estão a reproduzir-se em mais de 80 tanques de aquicultura.

feira na província do Uíge, onde procedeu ao lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e se deslocou às comunas de Quibocolo, no município de Maquela do Zombo, Nsosso, na Damba, e á localidade de Quimussandi, município do Puri.

No final da visita, a ministra garantiu apoios institucionais e assistência técnica adequada aos produtores da pesca artesanal, para que as actividades sejam feitas com meios tecnológicos e cientificamente recomendados. “Observei que, na província do Uíge, o sector empresarial privado está a apostar na aquicultura, que é uma actividade económica que pode ser uma grande realidade e fazer a diferença no país\”, disse.

Das empresas visitadas, a ministra assinalou que os empreendedores, com meios próprios, já conseguiram construir quantidades significativas de tanques que produzem peixes e prometeu prestar assistência técnica no sentido de fazer com que os projectos avancem de uma forma tecnologicamente mais adequada.

Vitória de Barros Neto lançou o desafio aos empresários de multiplicarem a produção em maior escala, para fornecerem às grandes cadeias de comercialização formal do país. “Estou convencida que o Uíge pode transformar-se numa grande produtora de pescado do rio.

Podemos ter aqui um pólo de desenvolvimento para a produção de cacussos e bagres, principalmente, e contribuir assim na redução substancial das importações”, afiançou.

Projecto Mawete

Nas localidades visitadas, a ministra constatou de perto as potencialidades da pesca artesanal e ouviu dos produtores as perspectivas e dificuldades que vivem. Na comuna de Quibocolo, por exemplo, constatou, no projecto do empresário Mawete João Baptista, a existência de 17 tanques de aquicultura. Cada um dos reservatórios mede 150 metros quadrados de largura e dois de profundidade, e contém mais de dez mil peixes.

Mawete João Baptista explicou que o projecto começou com apenas 280 peixes adquiridos a partir de um grupo de pescadores do distrito do Sambizanga, na capital do país, que depois de depositados num tanque de aquicultura se multiplicaram aos milhares.

Os resultados obtidos no primeiro ensaio motivaram o investidor a importar seis mil espécies do tipo alpino, do Brasil, para o Quibocolo, que obrigou a expansão do projecto em dezenas de lagos artificiais onde o número triplicou. “A ideia de investir aqui partiu de uma vontade do meu pai, que sempre desejou ver a comuna de Quibocolo desenvolvida.

Fruto de uma experiência trazida do Brasil, onde alguns amigos têm aquicultura como actividade principal, depois de analisadas as condições climáticas do Uíge, decidimos arrancar com o projecto que hoje está a tornar-se uma referência regional e com indicadores de rápido crescimento”, disse.

 O empresário considerou a presença da ministra das Pescas no seu local de investimento como um grande incentivo para continuar a apostar na produção piscatória, alargando o campo de trabalho de 17 para 40 tanques, nos próximos dias.

Na Cooperativa de Aquicultura do município do Puri, iniciada há dois anos, estão criados 37 lagos artificiais com mais de 800 peixes cada. Ali encontramos o cacusso do tipo tilapia, randali, citrelado e branco, que são alimentados com couve e repolho.

O responsável do projecto, Eliseu Manuel, explicou que a falta de máquinas para escavação dos tanques e lavrar as terras para o cultivo de ervas para alimentar os peixes, assim como de outros apoios no campo da assistência técnica, constituem as principais dificuldades que encontram na sustentabilidade do projecto.

“O peixe é um animal herbívoro, alimenta-se de repolho, couve, outras ervas e rações, e nós não dispomos de equipamentos apropriados para produzir a quantidade de alimentos necessária à multiplicação e produção desta espécie animal”, lamentou. Defendeu também a instalação de um laboratório para examinar a qualidade da água e dos peixes.

A ministra das Pescas visitou auinda o futuro Entreposto do Negage, empreendimento que vai funcionar com quatro câmaras frigoríficas para armazenar mais de mil toneladas de peixe. Centenas de pessoas encontraram trabalho nos vários projectos de aquicultura em desenvolvimento na província do Uíge. Só no projecto de aquicultura de Mawete João Baptista trabalham mais de 80 empregados, além de outras centenas que actuam noutros campos de produção piscatória espalhados pela província.

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