Governo reitera transição harmonizada dos combustíveis para energia limpa

Um ângulo da barragem da Matala na província da Huíla

O Governo angolano reiterou esta terça-feira a aposta na transição harmónica energética, dos combustíveis fosseis para uma energia limpa, com baixa ou zero emissões de carbono, baseada em fontes renováveis.

Falando na sessão de abertura da II conferência de Tecnologia e Serviços de Petróleo e Gás de Angola (AOTC), o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, disse que o país deverá harmonizar esse objectivo com a contínua exploração dos hidrocarbonetos de forma sustentável.

“Angola deverá concretizar esse objectivo, dentro quadro sustentável, e de forma contínua explorar o petróleo e gás para sustentar a sua economia e financiar os esforços desta transição energética”, asseverou.

Nesta perspectiva, José Barroso enfatizou que Angola privilegia a produção e consumo de energia proveniente de fontes renováveis, em particular barragens hidroeléctricas.

Na conferência de três dias, numa promoção da Associação de Empresas Prestadoras de Serviços da Indústria Petrolífera Angolana (AECIPA), o governante realçou que o Executivo conta, para a materialização dessa intenção, com a parceria do sector privado, em particular da indústria petrolífera.

Nesta conformidade, argumenta o dirigente, as empresas de prestação de serviços poderão jogar um papel fundamental, trazendo, para o mercado nacional, equipamentos e tecnologia de última geração que garantam operações petrolíferas mais eficientes e com menos emissões de gases com efeitos de estufa.

Com isso, disse o secretário de Estado, as empresas vão ajudar a atenuar os efeitos do declínio acentuado de produção dos hidrocarbonetos no país.

Por outro lado, a transição energética deve servir também para que empresas tecnológicas internacionais criem “joint ventures”(união de empresas distintas), com parceiros nacionais, de modo a beneficiarem das oportunidades de negócio em torno da cadeia de valor da indústria petrolífera, quer seja no domínio “upstream” (exploração, perfuração e produção) bem como ao “downstream” (transporte, distribuição e comercialização).

Para este efeito, os operadores do sector dispõem do Decreto Presidencial nº 71/20 de 20 de Outubro que regula e orienta os requisitos para habilitar as sociedades comerciais no sentido de desenvolver a actividade de prestação de serviços na indústria petrolífera em Angola.

O referido diploma legal, esclarece José Barroso, dá aos operadores do sector petrolífero a possibilidade de engajamento na exploração aberta e sustentável, bem como na produção desta “commodity”.

A II conferência de Tecnologia e Serviços de Petróleo e Gás de Angola (AOTC), que decorre de 23 a 25 do corrente mês, está a abordar temas como tema “ O papel do desenvolvimento da estratégia de conteúdo local”, “ O estabelecimento de uma cadeia de valores robusta e eficiente”, bem como “O programa de diversificação económica e crescimento socioeconómico do país”.

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