GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA – INVESTIMENTO ESTRANGEIRO EM 2020
Mais de 220 milhões de dólares investidos no país
Um total de 1.531 empregos directos foram gerados nos sectores da indústria, comércio, agricultura, prestação de serviços, pescas e construção civil, com a implementação de 25 projectos no ano passado, por intermédio de investimento directo estrangeiro, no valor global de 220,8 milhões de dólares.
A Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) deu a conhecer que estes projectos são de investidores de 15 países, dos quais se destacam os Emirados Árabes Unidos com uma aplicação de 153,3 milhões de dólares em quatro projectos, seguido da China com igual número de projectos avaliados em 44,1 milhões de dólares.
Portugal investiu em cinco projectos no valor de 878 mil dólares, enquanto a Malásia aplicou 300 mil dólares em dois projectos.
Ainda em 2020, a Áustria investiu 567 mil dólares, Holanda e Reino Unido 500 mil dólares, Ilhas Maurícias 102 mil, Dinamarca 25 mil, Quénia e Espanha 20 mil dólares, em um projecto cada.
Os sectores do comércio e da indústria, juntos, garantiram 77,6 por cento do total de empregos gerados com a implementação dos 25 projectos em 2020. O investimento directo estrangeiro mais expressivo destinou-se ao ramo de prestação de serviços, com uma aplicação de 158 milhões de dólares, indústria com 48 milhões de dólares e o sector do comércio com 14,4 milhões de dólares.
INVESTIMENTOS EM CURSO ELEVAM PRODUÇÃO INTERNA
Os 25 projectos implementados no país contribuíram para o aumento da capacidade de produção interna e oferta de produtos nacionais.
De acordo com a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), o sector da agricultura registou um aumento de cerca de 17 mil toneladas de produtos diverso no ano passado, particularmente de cereais.
No ramo da produção de bebidas, o aumento foi de cerca de 65 milhões de litros, especialmente de leite UHF, leite condensado e sumos, e no ramo de processamento alimentar atingiu-se quase seis milhões de toneladas de produtos diverso, dos quais massa alimentar, farinha de trigo, farinha de milho, biscoitos e margarina.
De igual modo, registou-se um aumento substancial de produtos de higiene e limpeza, como detergentes, papel higiénico e fraldas, na ordem de um milhão de caixas.
O investimento directo estrangeiro permitiu também a criação de uma fábrica de tractor, outras de equipamentos electrónicos (smartphones, tablets e computadores), equipamentos de frio e electrodomésticos (ar condicionado e televisores), e de artigos de cerâmica para construção civil.
“A medida que aumenta a capacidade de produção interna e a oferta de produtos nacionais, assistimos também a uma queda progressiva do volume de importações desses produtos”, disse Lello Francisco, administrador executivo da AIPEX.
Em 2018, por exemplo, as importações representavam cerca de 43 por cento do volume de produtos consumidos no país e caíram para 36 por cento em 2019. No ano passado, até ao mês de Setembro, o volume de importação baixou ainda mais, atingindo 22 por cento.
“A tendência das importações é decrescente e resulta não só do aumento da capacidade de produção interna, devido aos investimentos no sector produtivo, mas também de uma combinação de factores económicos, nomeadamente as medidas no mercado cambial e as políticas de apoio à indústria nacional”, justificou o administrador executivo.
De uma maneira geral, Lello Francisco disse que os impactos económicos dos projectos implementados são positivos, face aos sinais evidentes da aposta na produção nacional, com uma tendência crescente dos investimentos nos sectores da indústria transformadora (especialmente no ramo de processamento alimentar), agricultura e comércio, incluindo o ramo da prestação de serviços.
Este ano, os esforços da AIPEX estão focados na atracção e captação de investimentos para os sectores da agricultura, visando o aumento da produção de cereais, oleaginosas, leguminosas, bem como para determinados eixos das cadeias produtivas ligados à indústria têxtil, particularmente à produção de matéria-prima, e para os sectores da indústria, pescas e minas.
PROJECTOS REGISTADOS AVALIADOS EM 3,4 MIL MILHÕES DE DÓLARES
A Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) registou 345 projectos em 2020, incluindo os 25 já implementados, no valor global de 3,4 mil milhões de dólares, prevendo 6.918 empregos directos, dos quais 2.354 em Luanda, 1.893 no Bengo e 1.059 em Benguela.
Dos 345 projectos registados no ano passado, 128 são de empresários nacionais, 49 com parceria estrangeira e 168 pertencentes a investidores externos de 40 países.
Quanto ao volume de investimento global, no valor de 3,4 mil milhões de dólares, 41 por cento (1,4 mil milhão de dólares) pertence a nacionais e estrangeiros residentes, 38 por cento (1,3 mil milhão de dólares) são de investidores externos, e 22 por cento (753 milhões de dólares) para o investimento misto.