Franceses são parceiros fortes
A França traz, nos próximos tempos, empresários do ramo da Agricultura, com capacidade de produzir e transformar os produtos agrícolas no país, anunciou ontem em Luanda o presidente do Movimento das Empresas Francesas (MEDEF).
Dominique Lafont falou num seminário promovido pelo grupo de líderes empresariais de Angola (LIDE) e a MEDEF, no âmbito da visita de uma delegação integrada por 61 empresários.
A uma pergunta colocada por um empresário angolano sobre a razão da delegação francesa não trazer nenhum empresário do ramo da Agricultura, uma vez que é dos sectores que mais investimentos precisam no país, Dominique Lafont referiu que os franceses dispõem de capacidades para investir no sector.
Os empresários franceses receberam várias informações sobre as oportunidades de negócio e de investimento em Angola. O presidente do LIDE, Leonel Pinto, disse que os empresários angolanos querem parceiros fortes, com credibilidade e com capacidade financeira para investir no país.
Leonel Pinto apontou os sectores da Indústria e da Agricultura como prioridades para investimento. “Angola precisa de parceiros fortes que possam, conjuntamente com o empresariado angolano, criar exemplos de competitividade”, frisou, acrescentando que a troca de experiências entre os empresários franceses e angolanos vai resultar na criação de parcerias.
O governador do Banco Nacional de Angola afirmou que o ambiente macroeconómico no país é favorável a investimentos, traduzido numa taxa de inflação de sete por cento e uma depreciação do kwanza em relação ao dólar de dois por cento, quando a depreciação média na região é de quatro por cento. “O câmbio é estável em relação aos outros países da região”, disse José Massano.
Facilidades de investimento
José Chinjamba, representante da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), apresentou aos empresários franceses os requisitos necessários para investir em Angola, tendo sublinhado o processo de criação de empresa em menos de 48 horas. Nos serviços migratórios, os investidores estrangeiros beneficiam de um visto privilegiado.
A ANIP privilegia investimento estrangeiro em sectores como Agricultura, Educação, Saúde, Indústria Transformadora e outros sectores que permitem o aumento de postos de trabalho.
A lei estabelece, para a força de trabalho, 70 por cento de trabalhadores angolanos e 30 por cento de expatriados. O presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, disse ser necessário rever-se a lei que estabelece para o investimento privado estrangeiro o mínimo de um milhão de dólares. O empresário entende que é necessário reduzir o valor mínimo para incentivar a entrada de pequenas e médias empresas estrangeiras, que são detentoras de conhecimentos que o país precisa. Os empresários franceses cumprem no país uma visita de quatro dias. Hoje deslocam-se à província do Bengo, regressando ao seu país no final do dia.
Ainda ontem, a delegação empresarial francesa reuniu com o ministro da Economia.