FMI destaca crescimento de Angola

Fotografia: Santos Pedro

Fotografia: Santos Pedro

O director-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI), Naoyuki Shinohara, considerou fundamental que o crescimento da economia angolana seja inclusivo e que as políticas públicas sejam direccionadas ao sector social pobre e mais carenciado.

Naoyuki Shinohara, que falava em conferência de imprensa, sugeriu ainda diversificação económica e sublinhou que quando um país tem receitas petrolíferas e depende delas tem dificuldade de desenvolver o sector não petrolífero. Disse que a dependência do petróleo torna a economia mais vulnerável e, em muitos casos, um crescimento menos inclusivo.
O director-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional  sugeriu a criação de um “quadro e instituições que podem gerir a riqueza  do petróleo para fins de estabilidade e salvaguarda da poupança de gerações futuras”.
Disse que o FMI prevê, para o próximo ano, um défice de quatro por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no Orçamento Geral do Estado (OGE). O responsável alertou para a necessidade de, a médio prazo, Angola procurar mecanismos para proteger-se de outros choques que podem resultar da conjuntura mundial.
O director-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional, Naoyuki Shinohara, considerou extraordinário o desenvolvimento de Angola na última década, que favoreceu a sua restauração macroeconómica. Naoyuki Shinohara disse que, no geral, a economia angolana verificou um crescimento favorável no médio prazo e considerou que o ambiente macroeconómico tem sido bom.
O responsável disse que apesar da economia angolana ter registado crescimento, existem ainda riscos e lamentou o facto do crescimento no país continuar ainda a ser desigual.
Baseando-se em projecções, disse que o preço do petróleo pode baixar a médio prazo para 90 dólares, o que pode representar “um verdadeiro aperto” para as economias que dependem desse recurso. O responsável disse que os excedentes fiscais, que devem ser feitos enquanto os preços do petróleo estiverem altos, devem ser retidos para fazer face às situações de baixa de preço desse recurso. O responsável disse ser fundamental a adopção de políticas que visem o reforço dos excedentes fiscais e a tomada de políticas consistentes. Defendeu que se acelerem os processos para o desenvolvimento das pequenas e médias empresas e o desenvolvimento da agricultura e capacitação dos recursos humanos.
O director-geral adjunto do FMI disse esperar um crescimento de 3,9 por cento este ano da economia angolana. O sector não petrolífero deve crescer cerca de 7.3 por cento, o que torna o crescimento global em 3.9 por cento.
Disse que de acordo com as projecções, espera-se que em 2015 o sector não petrolifero  atinja um crescimento de 7,3 por cento. A taxa global de crescimento pode atingir os 5,9 por cento e a médio prazo espera-se um crescimento entre os 7 e 8 por cento. O director-geral adjunto do FMI referiu que todas as projecções e perspectivas de crescimento têm a ver com as políticas e medidas levadas a cabo pelo Executivo e que estão inseridas no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND).

Acordo \”Stand By\”

Quanto ao acordo Stand-By rubricado em 2009 entre o Executivo angolano e o FMI, o diretor-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional disse que foi um  êxito, por ter permitido que o governo criasse “amortecedores” para evitar os choques externos resultantes de crises mundiais.
O responsável referiu que é preciso que se crie no país um ambiente favorável que fortaleça uma actividade empresarial forte. É fundamental, disse, que se olhe para o crescimento das pequenas e médias empresas.
No quadro da diversificação da economia, sublinhou que a agricultura é uma das áreas fundamentais que deve merecer toda a atenção das autoridades angolanas e com ela o desenvolvimento das infra-estruturas.

FacebookTwitterGoogle+