Faculdade de Medicina forma primeiros médicos

Fotografia: Eduardo Cunha

Fotografia: Eduardo Cunha

Os primeiros 43 médicos formados pela Faculdade de Medicina da Universidade Lueji Ankonde receberam os diplomas durante uma cerimónia realizada no Pavilhão Palanca Negra, na cidade de Malanje.

O acto, muito concorrido, com a presença de governantes, políticos e familiares próximos dos recém-graduados, foi marcado por momentos de grande emoção por parte daqueles que, após seis anos de formação, conseguiram atingir a tão almejada meta.
Mardoqueu Cabalo é um dos novos médicos. Emocionado, disse ao Jornal de Angola que agora começa uma nova batalha, virada para o cuidado aos pacientes. Afirmou que, mais do que a cura, vai ter em conta a prevenção.
“Prevenir vale mais que remediar, daí a aposta na promoção de acções de prevenção para combater patologias de fórum crónico”, precisou o novo médico.
Domingos Kixinguenji, outro médico recém-formado, disse que o acto vai marcá-lo para o resto da vida. “Ainda que venham outros eventos, esta é uma licenciatura conseguida com muito esforço”, referiu o médico.
Eunice Gonçalves manifestou-se satisfeita com a qualidade dos meios disponibilizados pela Universidade durante a formação. Disse que vai procurar materializar os conhecimentos adquiridos durante a formação e contribuir para a melhoria da saúde ali onde for colocada para trabalhar.
Para Nicodemos Florentino, a licenciatura é um marco importante na vida e o início de uma nova caminhada, pois os seis anos de aprendizagem conferiram-lhe as ferramentas necessárias para exercer a profissão, que é de grande responsabilidade.
O secretário do comité provincial de Malanje do MPLA para os assuntos políticos e económicos, Lando Pacheco,  afirmou que a formação desses primeiros médicos é um marco importante no desenvolvimento do Ensino Superior na província de Malanje.
“Este ano saíram 43 médicos e no próximo ano podem sair uns tantos pedagogos também formados aqui em Malanje, bem como enfermeiros e farmacêuticos. É um sinal de que o comboio está em marcha”, disse.
Para o político, “o desenvolvimento começa agora, não são poucas vezes que se fala sempre da falta de médicos e com a saída desses 43, pensamos estar no bom caminho. Essa fornada de novos médicos numa altura em que o país se prepara para assinalar os 40 anos de independência, prova que de facto a nossa luta não foi em vão, há ganhos importantes”, realçou.

Mais um ganho da paz 

O bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, Carlos Pinto de Sousa, considerou a formação dos 43 primeiros licenciados pela Faculdade de Medicina da Universidade Lueji Ankonde um ganho para a classe médica do país e mais uma vitória alcançada em tempo de paz.
Acrescentou que os novos médicos vão ajudar na consolidação do Serviço Nacional de Saúde e contribuir para a extensão do sistema ­sanitário aos municípios.“Terminou uma etapa, é necessário que os médicos continuem a estudar. A Ordem vai desencadear um processo de formação para que se mantenham actualizados.Esse é o nosso compromisso e nosso dever”, afirmou Carlos Pinto de Sousa.
Para o governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, o acto é motivo de alegria para as comunidades que vão beneficiar dos serviços dos jovens médicos.
“Malanje está de parabéns”, afirmou, felicitando a Faculdade de Medicina pelas iniciativas que tem realizado e têm sido acompanhadas pelo Governo Provincial do Uíge. A província do Uíge tem 30 jovens em Malanje a estudar Medicina.

Caminho difícil com final feliz  

O reitor da Universidade Lueji Ankonde, Samuel Vitorino, disse que o caminho percorrido desde a abertura da Faculdade de Medicina não foi fácil para a instituição nem para os próprios estudantes.
“Como os caminhos fazem-se caminhando, fomos marcando passos firmes ao longo dos seis anos de existência desta Faculdade e os resultados são hoje visíveis”, realçou.
Disse que a Faculdade de Medicina de Malanje corporiza de forma muito competente as três ­dimensões basilares da missão de uma instituição do ensino superior: o ensino, a investigação científica e a extensão universitária.
No domínio da investigação científica e da extensão universitária, destaca-se o Centro de Investigação e Informação de Medicamentos Toxicológicos (CIMETOX), que, entre outras iniciativas, tem em curso um projecto de investigação sobre a caracterização dos venenos das serpentes de Angola, uma etapa para a produção de soros antiofídicos no país. O reitor agradeceu o apoio prestado pelo Governo Provincial de Malanje, bem como pelo corpo docente, em especial os membros da comunidade cubana, pelos esforços que têm desenvolvido para a melhoria da aprendizagem dos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Lueji Ankonde. Samuel Vitorino encorajou os recém-licenciados a contribuírem com o seu saber para a melhoria dos indicadores de saúde do país.

Esperança em dias melhores

O governador provincial de Malanje, Norberto dos Santos, realçou que a outorga de certificados aos primeiros médicos formados naquela Faculdade pública é motivo de grande regozijo para o Executivo angolano e o Governo local.
“A formação destes jovens reforça a esperança de dias melhores para todos quantos abraçam os desafios do Ensino Superior e reflecte o investimento do Executivo angolano no sector social”, referiu.
O governador Norberto dos Santos disse augurar dias melhores no que toca à assistência médica nos diversos hospitais da província com a entrada dos novos médicos. Norberto dos Santos reafirmou o compromisso do Governo Provincial de Malanje em continuar a trabalhar na criação de condições para que os médicos cheguem a todas as localidades da província.
Enalteceu o contributo dos docentes expatriados, que contribuíram na formação dos médicos, bem como das instituições portuguesas, que receberam de forma calorosa os estudantes da província de Malanje durante a realização do estágio curricular.
A secretária de Estado para o Ensino Superior, Maria Augusta Martins, afirmou que, no presente ano académico, 7.986 estudantes estão matriculados em cursos do ramo de Saúde. Desses, 2.902 no curso de Medicina, 4.011 em Enfermagem, 890 em Análises Clínicas e 183 em Electromedicina.
A governante realçou que para melhorar a qualidade geral dos profissionais, foi criada a Academia de Estudos Avançados, que vai dedicar grande atenção ao ramo da Saúde.
O Executivo programou desde 2008 uma estratégia de formação de quadros superiores para as áreas de Medicina, Ciência e Tecnologia de Saúde. Esse esforço compreende acções dentro e fora do país, de modo a aproveitar as capacidades internas e os avanços científicos e tecnológicos mundiais, por outro.

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