FAAN mantém defesa dos princípios do patrono

ANTÓNIO AGOSTINHO NETO, PRIMEIRO PRESIDENTE DE ANGOLA FOTO: FOTOS: PL

DR. ANTÓNIO AGOSTINHO NETO, PRIMEIRO PRESIDENTE DE ANGOLA
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A Fundação Dr. António Agostinho Neto (FAAN) continuará a defender, de forma vertical, vigorosa, abnegada e pertinente os princípios do patrono, disse, nesta terça-feira, em Luanda, o administrador executivo da Fundação, Amarildo da Conceição. 

Falando na cerimónia de entrega do Prémio Sagrada Esperança, frisou que a FAAN continua a trabalhar em prol dos princípios constantes no seu objecto social, com acções de investigação científica, o recrudescimento da sua linha editorial e a contínua realização de fóruns para o debate permanente e nacional.

Amarildo da Conceição citou a título de exemplo, os projectos “diálogos em família”, “Os desafios do ambiente”, dentre outros.

Para o administrado da FAAN, a todos àqueles que se atentam contra Agostinho Neto o melhor que têm a fazer, para se tornarem também referências e ajudarem na construção da Nação, será rever-se em Agostinho Neto e fazerem obra nos seus lares, ruas, casas, comunidades.

Amarildo da Conceição lamentou o facto de continuar a se assistir a um desfilar de ódios e rancores contra a memória do Patrono da Fundação, Herói Nacional e fundador da Nação, o Dr. António Agostinho Neto.

Em relação ao prémio, disse que é dos mais importantes prémios literários do país.

Na sua visão, o prémio contribui para estimular a criação literária, a descoberta de novos valores e homenagear o génio criativo de Agostinho Neto, reconhecidamente “O poeta maior”.

De acordo com o responsável, a perseverança do Banco Caixa Angola neste processo, que conta já mais de uma década, demonstra o alto sentido de responsabilidade social desta instituição bancária.

O prémio Sagrada Esperança é organizado em parceria com a Fundação Dr. António Agostinho Neto e o Banco Caixa Angola, que patrocina a iniciativa.

António Agostinho Neto foi, na década de 1950, secretário-geral da delegação em Coimbra da Casa dos Estudantes do Império e membro fundador do Centro de Estudos Africanos, em conjunto com Amílcar Cabral (Guiné-Bissau), Mário Pinto de Andrade (Angola), Marcelino dos Santos (Moçambique) e Francisco José Tenreiro (Angola), bem como, mais tarde, fundador do Clube Marítimo Africano.

Devido a sua participação activa nos movimentos estudantis nacionalistas, foi preso diversas vezes pela polícia política portuguesa (PIDE), dando origem a campanhas internacionais de solidariedade para a sua libertação.

Em 1962 subiu à presidência do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), cargos também ocupados por Ilídio Machado e Mário Pinto de Andrade, que passaram a ser reconhecidos pelo partido, em 2018, durante o seu VI Congresso Extraordinário.

Ao longo da década de 1970, Neto liderou as actividades políticas e de guerrilha do MPLA e o processo de descolonização (1974/75) a partir de Argel (Argélia) e Brazzaville (República do Congo) até ao seu regresso a Angola para proclamar a independência nacional. Tornou-se então no primeiro Presidente de Angola.

Foi também um esclarecido homem de cultura, para quem as manifestações culturais tinham de ser antes de mais a expressão viva das aspirações dos oprimidos, a arma para a denúncia dos opressores, e um instrumento para a reconstrução da nova vida.

A atribuição do Prémio Lótus, em 1970, pela Conferência dos Escritores Afro-asiáticos, Prémio Nacional de Cultura em 1975 e outras distinções são reconhecimentos internacionais dos seus méritos no domínio das artes.

Entre os trabalhos de destaque constam “Náusea” (1952), “Quatro Poemas de Agostinho Neto” (1957), “Com os olhos Secos”, edição bilingue português-italiano (1963), “Sagrada Esperança” (1974), “Renúncia Impossível” (edição póstuma 1982) e “Poesia” (edição Póstuma 1998).

Dotado de um invulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agostinho Neto, até a hora do seu desaparecimento físico, foi incansável na sua participação para a resolução de todos os problemas relacionados com a vida do MPLA, do povo e do Estado.

A Neto também se reconhece o grande empenho na luta para a erradicação do analfabetismo, ao lançar a “Campanha Nacional de Alfabetização, em 1979”.

Ainda em reconhecimento à figura do fundador da Nação, estão erguidas, em vários pontos do país, estátuas que simbolizam os seus feitos e legados, marcado pelas suas máximas “De Cabinda ao Cunene um só povo e uma só nação” e “O mais importante é resolver os problemas do povo”.

António Agostinho Neto faleceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, por doença.

Médico e estadista, proclamou a independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, depois de longos anos de colonização portuguesa.

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