Executivo constrói represas no Namibe
O Executivo começa em breve a construção de represas nos leitos de vários rios para a retenção da água durante o período das chuvas, anunciou terça-feira, no Namibe, o secretário de Estado das Águas, Luís Filipe da Silva.
Um sistema de alerta rápido começou a ser instalado no país para reduzir, no futuro, os efeitos da seca e das inundações, além de outras acções, como projectos de captação, tratamento e distribuição de água, regularização de caudais e gestão integrada das bacias hidrográficas.
Assistência garantida
A seca afectou cerca de 600 mil pessoas que recebem assistência do Executivo desde Maio, com bens alimentares e não alimentares de primeira necessidade e medicamentos. O plano inclui a assistência com água potável para consumo humano e animal, através de cisternas e reabilitação ou construção de furos artesianos. Até 31 de Outubro do ano passado, foram distribuídos 7.643 toneladas de alimentos, meios de transporte, equipamentos para provisão de água, instrumentos agrícolas e medicamentos. O Executivo angolano está preocupado com a seca e a desertificação, pois contribuem para o êxodo populacional.
Calamidades
Ontem, foi comemorado o Dia Mundial de Combate à Seca e Desertificação, proclamado pela Assembleia-Geral da ONU em 1994. Naquela data foi também aprovada a Convenção sobre o Combate à Desertificação. O dia é um momento oportuno para a sensibilização da opinião pública sobre a necessidade de promover a cooperação internacional no combate à desertificação e aos efeitos da seca. A discussão sobre o conceito de desertificação desenvolveu-se mais acentuadamente ao longo dos anos 80 e se consolidou no documento “Agenda 21”, discutido e aprovado durante a Conferência do Rio de Janeiro, em 1992.
As principais causas da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água, especialmente em actividades agropecuárias, na actividade mineira, na irrigação mal planificada e no abate de árvores indiscriminado. Como consequências da desertificação ocorre o abandono das terras por parte das populações mais pobres, surgindo migrações forçadas, o que causa o aumento da população das grandes cidades, o que também provoca mais desemprego, pobreza, exclusão, marginalidade, poluição e outros problemas sociais.
Desestruturação das famílias
A desertificação também causa a desestruturação das famílias, pois a queda na produção agrícola provoca a diminuição dos rendimentos e do consumo das populações locais. As estatísticas mundiais demonstram que pelo menos 24 toneladas de terras férteis desaparecem todos os anos devido à desertificação. Isto quer dizer que a cada 20 anos a Terra perde o equivalente a toda a área de terras cultivadas nos EUA.
A desertificação ameaça entre 30 a 40 por cento das terras férteis do mundo. Além disso, mais de mil milhões de pessoas vivem nestas regiões, das quais dois terços estão localizadas na Ásia e na África. Dentro de 25 anos, esta cifra tende a atingir dois mil milhões.