Estudos Africanos e ISCED desenvolvem investigação arqueológica na Huíla

Um projecto de investigação Arqueológica está a ser desenvolvido na comuna da Huíla, no município do Lubango, província da Huíla, pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (Portugal), em parceria com Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Huíla), com vista o mapeamento dos sítios arqueológicos.

As duas instituições pretendem através da elaboração de um ante-projecto, fazer uma inventariação, catalogação e vetorização, para reactivar os estudos arqueologicos na província da Huíla, tendo em conta um mapa exactom sobre as zonas arqueológicas, para melhor protecção.

Um outro foco dessa acção é conseguir adequar, na perspectiva de lançar o turismo arqueológico na região e assegurar uma melhor consolidação da História Pré-colonial da província da Huíla, especificamente.

É uma iniciativa que busca dar, também, uma maior atenção, motivar os estudantes relativamente à ciência, que é transversal, nas suas abordagens, interagindo com colegas de outras áreas, como a de Física, Química e Biologia, tendo em conta  os vários cenários que se reinventam nas  estações arqueológicas.

Em declarações à ANGOP hoje, domingo, no Lubango, o presidente do ISCED-Huíla,  Helder Bahu, fez saber que se propõe, com a presença de arqueólogos, botânicos, arquivistas e indivíduos formados em História Contemporânea, expandir e criar equipas de arqueologia para perceber, o contexto histórico da relação portuguesa com as sociedades africanas.

De acordo como o, também, antropólogo, no mapa vão constar as estações perdidas e recuperar a informação para colocar em carta arqueológica, física e digital, porque a   que a instituição tem dados  sustentáveis, em função dos espólios arqueológicos depositados no  Museu  de História do ISCED-Huíla.

No Museu Regional da Huíla, prosseguiu, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e no Centro de Estudos Africanos da  Universidade do Porto, oriundas da comuna da Huíla que, de certa maneira,  evidenciam sinais muito concretos da presença do Paleolítico nesta região.

Sublinhou que em função desta situação, o ISCED descobriu que muitas dessas zonas hoje se confrontam com a construção de residências e outras similares, logo há necessidade de se fazer um breve levantamento a nível da região, mapeando, para que o local tenha alguma segurança e evitar que haja, doravante, uma intervenção urbanística.

“Aproveitamos o Mestrado em ensino da História de África, no qual esses especialistas fizeram parte do módulo relacionado à Arqueologia e Museologia e, neste particular, os estudantes foram ao terreno aliar a teoria à prática, como uma espécie de levantamento de sondagem com a escavação em apenas duas camadas, para ter um perfil estratigráfico da região da famosa Huíla (1) e Huíla (2)”, indicou.

Os dois sítios em estudo, segundo a fonte, “estão completamente abandonados”, junto do centro turístico da  Cascata da Huíla, onde existem alguns amuralhados, em pedras e em terracota, este último com alguma deterioração por conta da erosão.

Detalhou que com o  surgimento de um novo cemitério na região, os populares, para a construção de túmulos, estão a retirar os calhaus ou rochas dos amuralhados.

“Está  haver uma erosão humana “propositada” e aos poucos vamos  perdendo esses amuralhados, em detrimento do cemitério que aí surgiu e para se contrapor a  situação, um alerta  vai aos gabinetes da Cultura, Ambiente para que possam sensibilizar a população relativamente ao valor histórico daquela região, que deve ser preservado  e poderá se converter numa rota turística, porque aí estão  evidências de um passado muito  remoto difícil de se estudar, mas que pode ser preservado e valorizado”, disse

O presidente do ISCED-Huíla afirmou que teve  a oportunidade de visitar na Universidade de Lisboa o espólio deles em recatalogação,  com uma quantidade significativa de objectos, principalmente da zona da Leba, Caraculo  e de  Capangombe sobretudo, encontrou  imensos artefactos.

Segundo Helder Bahu, o  projecto está  numa fase diagnóstica para a
sua sustentabilidade do ponto de vista de efectivação, mas  que foi submetido  um pedido de financiamento para uma fase mais concreta.

Admitiu que  dada alguma dificuldade para escalar o relevo, por ser muito acentuado em toda sua dimensão e ter uma ideia de como esses amuralhados foram detalhados, fizeram recurso a um drone e a partir de  filmes ou fotografias aéreas conseguiu-se ter uma ideia mais sólida dos mesmos.

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