Estados Unidos apoiam Angola

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Os Estados Unidos pretendem intensificar a sua participação no Plano Nacional de Desenvolvimento, no âmbito das políticas que visam a melhoria das condições de vida da população e o reforço de parcerias empresariais baseadas nas relações existentes entre os dois países, garantiu a embaixadora norte-americana, Helena La Lime.
A diplomata discursava num encontro de apresentação da classe empresarial angolana no First Friday, promovido na última sexta-feira pela Câmara do Comércio Angola-EUA, e considera importante desenvolver o comércio e reduzir as barreiras que impedem o acesso a cada um dos mercados dos dois países.
La Lime reconheceu a importância estratégica de Angola no mercado norte-americano e lembrou a recente cimeira dos líderes africanos que decorreu em Agosto nos EUA, já que, sublinhou, constituiu um marco importante na parceria entre os Estados Unidos e os países africanos.
“Como disse o Presidente Barak Obama na cimeira, não queremos apenas extrair minerais do solo para o nosso crescimento, mas construir parcerias genuínas que criam emprego para os nossos povos e desencadeiam uma nova era de crescimento para África”, ressaltou a diplomata.
Helena La Lime disse que os Estados Unidos e África estão a forjar um novo modelo de parceria mais dinâmica e as conversações sobre o acordo do quadro de investimento representam um sinal importante do compromisso em fortalecer o sector do comércio. Apesar da crise económica mundial de 2008, avançou, Angola tem demonstrado níveis expressivos de progresso da sua economia e os EUA querem manter parcerias empresariais no mercado angolano para o cumprimento das necessidades de desenvolvimento. “Angola tem apresentado um crescimento impressionante desde os acordos de paz e, fruto do trabalho de todos os angolanos, o país tem cumprido o seu papel na arena internacional e hoje é o terceiro maior mercado financeiro de África em apenas 12 anos de paz”, lembrou, ao sublinhar que “o comércio tem desempenhado um papel importante para a diversificação da economia, a angolanização da mão-de-obra e a sua expansão por África”.
Oportunidades de negócios
O director do Ministério das Relações Exteriores para América, Francisco da Cruz, disse na ocasião que a chegada de Helena La Lime tem lugar numa altura de engajamento dos dois países em iniciativas diplomáticas que dão maior substância ao diálogo para a parceria estratégica. Segundo Francisco da Cruz, os parceiros estratégicos de Angola, incluindo os EUA, acompanham com atenção o progresso do país e apoiam a sua emergência na resolução de conflitos e na consolidação da paz no continente africano.
Para o diplomata angolano, o sector empresarial privado deve reforçar a relação comercial entre os dois países no novo contexto angolano de crescimento. “Este sector é chamado a dar o seu contributo para a consecução dos objectivos para a árdua cooperação entre Angola e os Estados Unidos, uma relação pautada nos princípios que defendem os interesses estratégicos”, adiantou. Francisco José da Cruz acredita no fortalecimento, a curto prazo, das relações comerciais entre os dois Estados, tendo em conta que o mercado continua a oferecer perspectivas de maior crescimento.
“Os investimentos norte-americanos em Angola estão concentrados nas áreas do petróleo e gás, mas começa a existir algum interesse em sectores estratégicos como da agricultura, transportes e construção”, indicou.
Investir nas províncias
O director executivo da Câmara do Comércio Angola/EUA, Pedro Godinho, informou que foram agendadas visitas de empresários norte-americanos às províncias de Benguela, Huíla, Huambo, Cabinda, Uíge e Cunene.
“Esse ciclo de visitas em algumas províncias começou em 2012 e nelas temos incluído encontros onde levamos representantes dos sectores da economia, da agricultura e do comércio da Embaixada dos EUA”, disse.
Pedro Godinho considera importante a divulgação na media das potencialidades das províncias, visando acelerar a atracção do investimento.
Na sua opinião, as províncias contribuem bastante para o crescimento da economia, mas “há necessidade de buscar investidores com projectos estruturantes”. Pedro Godinho louvou na sua intervenção a cooperação técnico-científica entre Angola e os Estados Unidos na formação de quadros para as diversas especialidades, a partir do Ensino de Base.