Estados preparam forças para crises

Fotografia: Casimiro José
O ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, pediu ontem, no Waco Cungo, município da Cela (Cuanza Sul), aos Estados membros da SADC engajamento na preparação permanente das suas forças militares para garantir a estabilidade política, social e económica face aos desafios actuais.
João Lourenço falava na cerimónia de encerramento dos exercícios militares conjuntos e combinados das forças especiais da SADC, realizados nas regiões que compreendem os municípios da Cela, Quibala e Ebo.
O ministro considerou que o actual ambiente internacional é de “tensão, cuja tipologia de conflitos e as novas tecnologias de defesa tornam imperativa a preparação constante e adestramento das tropas de cada Estado”.
“Sabemos que o actual momento é tenso e temos de nos adaptar em cada etapa, através de um processo contínuo de preparação e adestramento das tropas para que possam responder aos novos métodos e estratégias de combate, associado às necessidades de segurança dos Estados membros da região”, disse.
A realização periódica dos exercícios das forças especiais da SADC tem por finalidade criar um sistema de defesa dos Estados membros contra eventuais crises políticas, assim como responder com eficiência às operações de manutenção de paz, busca e salvamento, assistência às populações afectadas por conflitos armados e em situações de calamidades naturais. “Os exercícios militares conjuntos tornam-se verdadeiros mecanismos multilaterais de concertação e de coordenação de esforços e é essencial porque ajuda a consolidar a estabilidade, assim como cimentar a cooperação e aproximação entre os povos da região da SADC”, disse.
A dinâmica dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e ambientais da região da SADC precisa de mecanismos de reacção rápida em casos de conflito, catástrofes naturais e, por isso, justifica-se a realização dos exercícios militares regulares, com o envolvimento de técnicas e doutrinas aptas para serem investidas em períodos de crise.
“Estamos perante um desafio que nos aconselha a realização de acções conjuntas com o fim de desencorajar qualquer agressão ou situações de crise humanitária ou de catástrofes naturais, para salvaguardar os interesses dos povos deste espaço regional”, referiu.
Os exercícios militares conjuntos e combinados do “Vale do Keve”, que decorreram de 5 de Agosto até ontem, envolveram 1.700 efectivos das forças especiais de sete países, sendo 1.300 angolanos e outros 400 efectivos provenientes da África do Sul, Namíbia, Zâmbia, Zimbabwe, República Democrática do Congo, Suazilândia e Lesoto.
Durante 45 dias, os exercícios incidiram no treino de uma força compacta, simulação de operações de evacuação de populações de zonas de risco e lançamento de pára-quedistas em zonas de instabilidade e na componente social.
As operações foram apoiadas pelas comunidades das localidades em que decorreram os exercícios. A cerimónia de encerramento dos exercícios conjuntos e combinados das forças especiais da SADC foi testemunhada pelos Chefes de Estado-Maior dos países participantes, pelo ministro angolano da Economia, Abraão Gourgel, o embaixador de Angola na Argentina, Hermínio Escórcio, do governador do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira, e de outros convidados.