Enaltecido envolvimento angolano na pacificação do Reino do Lesotho

MATIAS BERTINO MATONDO, CHEFE DA MISSÃO DE VERIFICAÇÃO DA SADC (SAPMIL) E DO COMITÊ DE SUPERVISÃO PARA O LESOTHO FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO

MATIAS BERTINO MATONDO, CHEFE DA MISSÃO DE VERIFICAÇÃO DA SADC (SAPMIL) E DO COMITÊ DE SUPERVISÃO PARA O LESOTHO
FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO

O empenho de Angola na pacificação do Lesotho foi destacado na última quinta-feira, na cidade de Maseru, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Assuntos internacionais deste Reino, Lesego Makgoth.

Em declarações à imprensa angolana, o ministro transmitiu “uma mensagem de gratidão à Angola, pelo que tem vindo a fazer para o restabelecimento da paz duradoura no Lesotho”.

O ministro valorizou os desdobramentos diplomáticos do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, para o lançamento da missão de paz para o Lesotho, na sequência da crise política  acentuada com a morte do então chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas do seu país, o general Motsomotso, a 5 de Setembro de 2017, por militares num quartel.

Em resposta a solicitação das autoridades nacionais, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com Angola na presidência do Órgão de Política, Defesa e Segurança, lançou em Dezembro a Missão de Prevenção para a paz no Lesotho (SAPMIL).

A SAPMIL é composta por 217 militares (162 angolanos), 24 polícias, 15 de inteligência e 13 civis, perfazendo 269 pessoas de sete dos 15 países membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Internacionais informou que decorrem contactos, ao mais alto nível, para a abertura de missões diplomáticas nas respectivas capitais, visando o reforço das “boas” relações políticas entre os dois estados.

Quanto a situação no seu país, considera calmo o clima instaurado com a presença da SAPMIL, capitaneada por Angola, tendo, inclusive, permitido já a mudança na direcção das forças armadas, sem quaisquer problemas.

Pede a dilatação para oito meses, ao invés de seis, do prazo para a implementação do roteiro para a paz e estabilidade no Lesotho, sugerido pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Justifica o alargamento dos prazos devido aos sucessivos adiamentos e recuos na busca de consensos entre as forças vivas do país do roteiro pela paz, até a aprovação do plano de reforma pela Assembleia Nacional e a sua implementação efectiva.

Informou que o Reino do Lesotho solicitou também apoio para suprir o défice de um milhão e 600 mil dólares no orçamento, para o êxito da missão, que conta com o beneplácito da União Africana.

Declarou que a população está muito agradada com a presença da missão da SADC no país, e que não se regista qualquer comportamento negativo do contingente indicado para ajudar na estabilidade definitiva do Lesotho.

A SAPMIL visa conciliar as forças políticas e militares do Lesotho e ajudar na implementação de reformas políticas, constitucionais, parlamentares, judiciais, de segurança, entre outras, recomendadas pela comissão de inquérito da SADC.

Independente da Inglaterra desde 1966, o Reino do Lesotho,  com uma área de 30 mil quilómetros quadrados e uma população estimada em dois milhões de habitantes, é um país encravado no território da África do Sul.

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