Empresas assinam memorando de alívio económico

GOVERNO QUER MANTER FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS PRODUTIVAS
FOTO: MORAIS SILVA
Várias empresas das províncias de Luanda, Zaire, Cuanza Sul, Bié, Bengo, Malanje, Lunda Sul, Moxico e Huambo assinaram hoje (quarta-feira) um memorando de entendimento com o Inapem e o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), para acesso ao crédito no quadro das medidas de alívio económico, para mitigar os efeitos nefastos que a Covid-19 está a causar na tesouraria das empresas.
As medidas de alívio económico, uma iniciativa do Governo aprovada em Abril e que visa acudir micro, pequena e médias empresas com dificuldades, resultantes do confinamento social forçado para conter a propagação do Coronavírus, contam com um pacote financeiro de 488 mil milhões de kwanzas.
Em Luanda, onde 25 empresas já assinaram o referido instrumento, pelo menos 50 candidatos poderão beneficiar do referido crédito, segundo o presidente do conselho de Administração do Inapem, Arnito Agostinho.
“Não vamos conseguir apoiar todas as empresas que se candidataram na província de Luanda no âmbito desse projectos, mas aquelas que não foram habilitadas para as medidas serão encaminhadas para outros programas”, realçou o gestor do Inapem.
Em relação aos insumos, assegurou que existem 10 empresas que aderiram ao programa e com elas vão trabalhar no sentido de disponibilizarem esses produtos no país.
A administradora da empresa Fazenda Pérola do Kikuxi, do grupo empresarial Diside, Elisabeth Dias dos Santos, considerou a implementação do memorando um acto de coragem do Executivo e um incentivo para que as empresas possam manter as suas estruturas industriais, a produção alimentar para a população e os empregos.
Apelou aos beneficiários a usarem com responsabilidade as ferramentas oferecidas pelo memorando e tirarem dele bons resultados, mantendo ou aumentando os níveis de produção.
Considerou ser importante controlar para que não haja desvios nas políticas traçadas, de modo a se atingir os resultados almejados.
No Cuanza Sul, região em que foram seleccionadas 13 empresas que vão beneficiar do financiamento, o Inapem assinou acordos com comerciantes e empresas fornecedoras de insumos.
Para o proprietário da empresa Café Gabela, José Ventura, a acção do Governo, operacionalizada pelo Inapem e BDA, é benéfica e chegou em boa altura porque vai facilitar a sua actividade laboral.
As medidas de apoio financeiro às empresas surgem com o objectivo de assegurar a manutenção mínima dos níveis de actividade das micro, pequenas e médias empresas do sector produtivo.
No Zaire, 16 empresas do ramo do comércio e cooperativas agrícolas, na província do Zaire, estão habilitadas do apoio financeiro do Estado destinado à compra e distribuição de produtos alimentares nacionais.
A responsável lembrou que este mecanismo de apoio financeiro e obtenção de crédito está disponível junto do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e destina-se para a compra de produtos alimentares aos operadores nacionais e consequente distribuição aos potenciais mercados de consumo.
Avançou que o passo a seguir será a negociação contratual entre as empresas habilitadas e o banco credor (BDA) que, como disse, tem disponíveis 26,4 mil milhões de dólares norte-americanos para este alívio financeiro que abrange todo o país.
No Bié, 42 operadores do comércio e distribuição de bens e serviços assinaram o memorando visando obter financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
Das empresas seleccionadas, o município do Cuito tem sete, Catabola (9), Camacupa (11), Chitembo (5), Andulo e Nharea com três (3), Chinguar e Cunhinga, com duas cada.
Pedro Filipe, um dos agricultores do município de Camacupa, disse que para alavancar a sua actividade necessita de pelo menos 120 milhões de kwanzas, a serem investidos na aquisição de instrumentos de trabalho, fertilizantes e sementes.
O chefe de Departamento da Indústria no Bié, António Papo Seco Vilingui, disse que a nível nacional estão estabelecidas duas linhas de crédito, nomeadamente, para financiar a compra, por Operadores de Comércio e Distribuição de Bens e Serviços Nacionais, dos produtos, estimados em 25, 4 mil milhões de kwanzas.
A outra linha de crédito visa financiar as compras das cooperativas dos produtores familiares, empresários agropecuárias, pequeno e média dimensão e fornecedores nacionais de sementes e outros insumos agrícolas, com um montante total de 13, 5 mil milhões de kwanzas. Ambas têm uma maturidade de dois anos, período de carência 180 dias e taxa de juro de nove por cento.
Em Malanje, oito empresas do sector privado assinaram contrato com o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) de financiamento.
No acto de assinaturas, o governador provincial de Malanje, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, valorizou o projecto que surge para minimizar as dificuldades que as empresas atravessam, porquanto vai permitir que as mesmas possam trabalhar com as famílias no quadro da aquisição de produtos do campo e familiar.
Precisou tratar-se de um projecto de capital importância para o país e em particular para a província de Malanje, dada a situação que Angola atravessa no momento, tendo apelado aos beneficiários do projecto no sentido de cumprirem com as cláusulas contratuais, sob pena de incorrerem em anomalias.
Informou que os beneficiários terão obrigações de comprar os produtos nacionais e bens alimentares, para além de celebrar contratos de fornecimento, comercializar e distribuir os produtos e insumos, devendo reportar ao Inapem a implementação do financiamento e abastecimento.
Pedro Xirimbindi, um dos beneficiários do projecto, disse que as medidas de apoio financeiro vão ajudar grandemente os camponeses, na medida em que as empresas vão adquirir os seus produtos, evitando perdas da produção.
Por sua vez, José João Rafael, também beneficiário, realçou que o processo vai dinamizar as actividades económicas, assim como contribuirá no escoamento dos produtos do campo para os grandes centros de consumo.
A iniciativa do executivo angolano é benéfica, pois vai contribuir para o fomento e crescimento da produção interna e reduzir as importações, disse Laurindo Rosa
As empresas que assinaram o memorando são Casa Lindo, Ajomal Limitada, Quim Miguel e Filhos, JJR, Maramb limitada, Artur e Filhos, Xirimbimbi e Filhos e Luís de Oliveira Baltazar.
Na província do Bengo, 11 empresas operadoras de comércio e distribuição a rubricarem o acordo. Os empresários manifestaram a sua satisfação e grande expectativa pela materialização deste mecanismo de apoio financeiro e obtenção de crédito que se destina à compra de produtos alimentares aos operadores nacionais e distribuição nos mercados de consumo, com vista a dinamização da economia na província do Bengo.
Maria Cruz Gomes, da empresa Ersel, disse que o empresariado local precisa deste alívio económico do Estado para que possa reactivar a economia que está adormecida.
Já o empresário João António de Brito, da empresa Britos & Britos, disse ser um desafio grande, mas que está disponível para ajudar no escoamento da produção local para os grandes centros de venda, aguardando para isso o financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
Na província do Huambo, um total 94 empresas candidataram-se a este financiamento, sendo 42 do sector agro-alimentar, 34 de distribuição e comércio, sete do ramo da indústria, seis da pesca e três dos transportes, tendo sido seleccionadas, nesta primeira fase, 19 instituições.
Trata-se das empresas BMK, Manuel e Filhos Lda, Maria Domingos, Cacel e Filhos, AOSAG, Lda, Nutricampo, Ls$SS Lda, Certivias, Audácia Vb, Aviário Agripina, Nutrivial, fazendas Gl, Ninho, Manuel e Manuel, Santa Sé, fábrica Osema Yetu, Soyadubos e Exaltex.
No Cuanza Norte foram inicialmente seleccionadas 23 empresas interessadas neste programa, mas apenas 16 prontificaram-se em assinar os referidos memorandos de entendimento.
Na ocasião, o governador provincial do Cuanza Norte, Adriano Mendes de Carvalho, que testemunhou o acto, afirmou que as medidas de alívio económico, uma iniciativa do Governo aprovada em Abril, visa acudir os micros, pequenas e médias empresas com dificuldades de tesouraria, resultantes do confinamento social, forçado para conter a propagação do Coronavírus.
O governante augura que estas medidas incentivem as empresas, para que possam manter as suas estruturas de funcionalidade, a produção alimentar para a população e os empregos.
Apelou aos beneficiários a usarem, com responsabilidade, as ferramentas oferecidas pelo memorando e tirarem delas bons resultados, mantendo ou aumentando os níveis de produção.
O administrador da empresa Café Cazengo, José Gonçalves, considerou que as medidas de alívio económico, gizadas pelo Governo, são benéficas e chegaram num momento oportuno, em que as empresas estão a enfrentar dificuldades para a manutenção das suas actividades.
No Moxico o INAPEM assinou o memorando com 17 empresas privadas.
O director do gabinete provincial de Desenvolvimento Económico Integrado, Guimarães Pinto Luís, que testemunhou o acto, referiu que a acção é uma “almofada de ar fresco” dada aos empresários locais, para terem os lucros almejados, sem prejuízos causados pelo impacto da covid -19.
Por sua vez, a empresária Teresa Mariz considerou a iniciativa como uma oportunidade que vai contribuir para desenvolvimento da província, em particular, e do país em geral.
Para o representante das organizações Tchanena, Dimas Bravante, a acção acarreta uma grande responsabilidade para as empresas seleccionadas, visto que vão alavancar de forma directa a economia do país.
Na Lunda Sul 50 empresários também assinaram o memorando entre o Instituto o INAPEM e empresas locais.
De acordo com o vice-governador para o sector Político, Social e Económico, Mendes Gaspar, sublinhou que não será fácil garantir a sobrevivência das empresas numa realidade tão controversa, tal como se assiste nos dias de hoje, daí a razão de se adoptar um planeamento estratégico capaz de suprir as externalidades negativas, de modo a preservar a sua estabilidade.
A directora do Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico na Lunda Sul, Elisabeth Ayala, disse que o memorando rubricado será um estímulo para os empresários no actual contexto económico e financeiro, marcado pela pandemia da covid-19.
Já em Benguela, para além de aconselhar os empresários locais devem criar condições para aderirem aos pacotes financeiros, o director do Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico Integrado de Benguela, Maleze Quinda, estão em jogo um crédito de até 30 milhões de kwanzas.
Na sua óptica, este volume de financiamento dará um alívio à classe empresarial benguelense e um desafogo às famílias que se debatem com dificuldades no escoamento da produção.
Para o efeito 22 empresas assinaram o memorando de entendimento com o INAPEM, com cláusulas claras, sendo os processos ainda alvos de avaliações a nível central, antes de seguirem para o Banco Desenvolvimento Africano (BDA), instituição financiadora.