Embaixador Marcos Barrica apela à unidade nacional

O embaixador de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, reafirmou sábado, em Lisboa, o fortalecimento do espírito de unidade nacional e o “diálogo”, para se ultrapassar os grandes desafios do país.

Discursando diante da comunidade angolana sobre “a actual conjuntura política e sócio-económica de Angola, fruto dos 40 Anos de independência”, realizado no Instituto Superior de Gestão, Marcos Barrica disse que “os angolanos jamais precisarão de intermediários estrangeiros para resolverem os seus problemas”.

“Quando estivemos a negociar a paz em Angola, fomos nós, os angolanos, que fizemos a paz, recorrendo à sabedoria africana, e isso de lição para o mundo”, adiantou.

O diplomata angolano condenou os “sinais de perturbação da estabilidade política em Angola, com tentativas de manifestações, instigadas por uns que se dizem amigos de Angola, insatisfeitos com os nossos avanços”.

À juventude angolana, Barrica pediu “responsabilidade para não enveredar ao sabor dos tempos e lembrar-se do longo passado de guerra do povo angolano”, pois, adiantou, “há muita gente que quer falar de Angola e não sabe onde fica Angola sequer”.

“Quando se diz que a luta continua, é uma luta de resistência em várias frentes de reconstrução nacional”, enfatizou, dirigindo-se especialmente aos jovens estudantes, a quem apelou que “abram os olhos”. Sobre a queda do petróleo, reconheceu que Angola esteja “numa fase de alguma perturbação, mas acredita que o país dará volta à situação, tal como aconteceu desde 1975”.

“Desde 1975 não tivemos uma vida linear, mas nós somos nós mesmos”, pois, “Angola é por vontade própria trincheira firme da revolução em África”, citando repetidamente o primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto.

“O Executivo está a instalar o programa de diversificação, mas, infelizmente, este esforço não é considerado pelos inimigos de Angola, que preferem enfatizar as nossas fraquezas momentâneas”, referiu ainda perante cerca de mil pessoas presentes.

O embaixador José Marcos Barrica falou ainda da questão dos direitos humanos em Angola, afirmando que “todos os países têm sempre problema do seu cumprimento integral”. Relativamente às manifestações, disse que é um direito consagrado constitucionalmente, defendendo, no entanto, os limites da liberdade de expressão e de informação, designadamente os direitos de todos ao bom nome, à honra e à reputação, à imagem e à reserva da intimidade”.

O evento foi organizado pela Embaixada e Consulados Gerais de Angola em Portugal em coordenação com as associações comunitárias e entidades eclesiásticas, nomeadamente: FAAP, AMMA, FJAP, entre outros.

 

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