Economia angolana em franca expansão

Fotografia: Paulo Mulaza

Fotografia: Paulo Mulaza

A secretária de Estado da Economia, Laura Alcântara Monteiro, afirmou terça-feira em Luanda que o Ministério da Economia trabalhado no desenvolvimento de políticas de fomento do sector cooperativo que facilitam o acesso ao financiamento dos projectos de agricultura, agro-indústria e infra-estruturas.

No Seminário sobre Financiamento às Infra-estruturas, Agricultura e Agro-indústria, Laura Alcântara Monteiro garantiu que o Executivo informou que a proposta de Lei das Cooperativas, já se encontra na fase final de apreciação.

Após a aprovação da proposta, disse a Secretária de Estado, ela facilitar a obtenção de financiamentos na banca e o recurso a outros mecanismos modernos de financiamento, como a emissão de obrigações.

Laura Monteiro sublinhou que as Zonas Económicas Especiais (ZEE) podem também ter fins agro-industriais e recordou que o Executivo definiu um programa de aceleração da diversificação da economia nacional que inclui programas dirigidos a sectores onde se criam condições ideais para o florescimento das linhas produtivas.

Em relação ao programa “Angola Investe”, a Secretária de Estado destacou a iniciativa do sector banqueiro que dá financiamento às empresas que actuam na produção de ovos, frangos e leite. Os bancos que participam no “Angola investe” aprovaram cerca de 250 financiamentos, com um valor aproximado de 50 mil milhões de kwanzas, tendo o sector da agricultura, pecuária e pescas beneficiado de nove mil milhões de Kwanzas.

“O Programa Angola Investe permite que as micro, pequenas e médias empresas tenham acesso a financiamentos bancários com baixos custos financeiro, através de juros bonificados e com garantias públicas”, referiu Laura Monteiro.

Indústria transformadora

A participação da indústria transformadora no Produto Interno Bruto (PIB) angolano cifrou-se, nos últimos quatro anos, numa taxa média de 6,25 por cento, uma contribuição que o Secretário de Estado da Indústria, Kiala Gabriel, considerou “insuficiente”.

Ao falar do seu sector, no Seminário sobre Financiamento de Infra-Estruturas Agro-Industriais, Kiala Gabriel disse haver necessidade de elevar essa percentagem para os 25 por cento.

Para o período 2013/2017, está projectado um crescimento na ordem de 10 por cento/ano e o grande objectivo do Plano Nacional de Desenvolvimento no sector da indústria é promover a competitividade, o desenvolvimento sustentável e assegurar a coordenação entre investimentos públicos e privados, indicou.

Potencial agrícola

Angola dispõe de 35 milhões de hectares para o cultivo agrícola, dos quais apenas cinco milhões estão a ser explorados, informou o Secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Tati. O Secretário de Estado afirmou que para reduzir essa diferença é necessário captar investimentos recuperar e construir infra-estruturas para o sector.

Amaro Tati lembrou que Angola tem água, nos diferentes rios, capaz de irrigar 7,5 milhões hectares de terras aráveis, e para elevar a produção agro-alimentar interna e melhorar a comercialização dos bens produzidos, defendeu uma maior articulação entre a agricultura familiar e a comercial.

“Precisamos de fazer um esforço considerável na área da investigação e inovação para acelerar o processo de modernização do sector”, frisou.

Relativamente à produção do café, a agrónoma Josefa Sacko, ex-secretária-geral da Organização Inter-Africana do Café (OIAC), que falava na palestra sobre o financiamento do sector do café, disse que para reabilitar a produção do grão no país é necessário um investimento na ordem dos 34,2 mil milhões de kwanzas.

Este investimento, prosseguiu, permite alcançar uma produção média de 45.305 toneladas de café em 2017 e exportar 24,9 mil toneladas. Para a produção do café estão disponíveis, em Angola, 400 mil hectares de terra.

Recursos energéticos

O Ministério da Energia e Água investiu 230 mil milhões de kwanzas para melhorar a rede de transporte e distribuição de energia eléctrica, informou o Secretário de Estado das Águas, Luís Filipe da Silva.

Em termos de recursos já disponíveis para os projectos em curso, foram disponibilizados 12 mil milhões de dólares. “Já foram disponibilizados para os projectos em curso no sector da energia e águas cerca de 12 mil milhões de dólares”, referiu o Secretário de Estado.

Luís Filipe da Silva acrescentou que os valores disponíveis são igualmente para as construções e para a reabilitação da Barragem da Laúca, do ciclo combinado do Soyo e Cambambe.

“A reabilitação de centrais térmicas e a expansão das redes de distribuição dessas barragens são as nossas prioridades, porque queremos estar entre os melhores produtores de energia em África e também produzir e distribuir para toda a população angolana”, acrescentou. Para o financiamento ordinário do tesouro, estão assegurados três mil milhões de dólares e para a pré-análise dez mil milhões de dólares.

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