Docente considera dinâmica diplomacia do país
O docente universitário Mário Pinto de Andrade afirmou nesta terça-feira, em Luanda, que a diplomacia angolana no plano internacional tem sido muito dinâmica para o estabelecimento da paz na Região dos Grandes Lagos.
A afirmação foi feita durante uma palestra promovida pelo Ministério das Relações Exteriores, dirigida aos membros do corpo diplomático acreditado em Angola, sob o lema “A influência do 4 de Fevereiro na génese da diplomacia Angola”.
Na sua dissertação, Mário Pinto de Andrade deu ênfase à chegada dos colonialistas portugueses em Angola, em 1482, na foz do rio Zaire, quando Diogo Cão encontrou naquele espaço os primeiros sinais humanos entre os angolanos.
Lembrou que a génese do espírito de 4 de Fevereiro de 1961 nos esforços de solução do conflito em Angola foi resultado de uma revindicação que teve como ponto alto o início da luta de libertação nacional na madrugada daquele dia.
A partir desta fase, destacou a actividade desenvolvida por certos jovens patriotas, entre os quais Afonso Van-Dúnem “Mbinda” e Paulo Teixeira Jorge (ambos ex-ministros das Relações Exteriores já falecidos) e os embaixadores Brito Sozinho e Luís de Almeida, na divulgação da luta levada do MPLA em algumas capitais africanas e europeias.
“A actividade desenvolvida por esses jovens, forjados ao longo da luta de libertação nacional, acabou por dar um contributo inestimável para a afirmação de Angola e da diplomacia angolana que hoje somos”, reconheceu.
Entre os propulsores da diplomacia angolana, o docente universitário adicionou o actual Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que foi o primeiro ministro das Relações Exteriores na história da Angola independente.
Frisou que José Eduardo dos Santos, apesar de ter se formado em petróleos, tem até aqui sabido levar Angola para a sua afirmação no plano internacional.
Mário Pinto de Andrade identificou várias etapas para a diplomacia angolana, sublinhando aquela que se iniciou com os Acordos de Alvor, cujo ponto alto foi o estabelecimento de uma data para a independência de Angola, o 11 de Novembro de 1975.
Disse que de 1975 a 1992 perdurou uma diplomacia ideológica marcada pelos princípios de partido único e de 1992 a 2002 verificou-se uma diplomacia mais estratégica e pragmática: uma Angola muito mais aberta ao mundo em função das mutações do próprio mundo.
De 2002 a 2008, o prelector identificou uma diplomacia económica de uma Angola mais aberta com outros países que, em princípio, não fazia parte do seu globo, estabelecendo relações com muitos Estados ocidentais.
Finalmente, de 2012 até hoje, Mário Pinto de Andrade reconhece uma diplomacia que prima, entre outros vectores, pelo estabelecimento da paz, não só no país como no plano regional, sublinhando como chamariz a Região dos Grandes Lagos.
A actividade contou com a presença do secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e de quadros deste departamento ministerial.