Diamantes são uma boa alternativa
O gestor do Planeamento Estratégico e Novos Negócios da Sociedade Mineira de Catoca, Benedito Paulo Manuel, vaticina que Angola vai liderar a exploração de diamantes no mundo nos próximos sete anos, com a descoberta recente dos kimberlitos Tchiuzo, Luele e Catoca, pela Sociedade Mineira de Catoca, após 12 anos de prospecção.
Segundo Benedito Manuel, em declarações à Angop, existem nas três concessões de Tchiuzo, Luele e Catoca kimberlitos industrialmente exploráveis e economicamente rentáveis, que permitem a rápida recuperação do capital da Sociedade Mineira de Catoca, avaliado em 20 milhões de dólares,investido na prospecção.
O projecto Tchiuzo, na Província da Lunda Norte, tem reservas avaliadas em 30 milhões de toneladas de diamantes e “já possui o estudo de viabilidade concluído, faltando apenas fechar a equação financeira para as infra-estruturas e a construção da mina”, revelou o gestor.
De acordo ainda com Benedito Manuel, só a concessão de Luele, uma chaminé de cerca de cem hectares, superando o projecto Catoca em 32 hectares, tem reservas estimadas em 230 milhões de toneladas de diamantes, enquanto a concessão de Catoca tem reservas avaliadas em 3,5 milhões de toneladas de diamantes.
A concessão de Catoca apresenta teores entre 0,6 e 0,8 quilates de diamante por tonelada, enquanto a do Luele tem mais de um quilate por tonelada. “Estamos a falar numa ordem de crescimento que acaba por duplicar o Catoca nas suas actuais dimensões”, sublinhou o gestor do Planeamento Estratégico e Novos Negócios. De uma maneira geral, Angola tem um incremento em reservas que atinge 300 milhões de toneladas de diamantes.
Para Benedito Paulo Manuel, a concretização dessa avaliação coloca Angola na liderança mundial de exploração de diamantes, que deve ser suportada por um pólo industrial de exploração diamantífera a ser erigido em Catoca.
“Isto vai representar um crescimento bruto da indústria diamantífera em Angola, que é parte da estratégia do Executivo angolano e da Empresa Nacional de Diamantes de Angola, a Endiama”, salientou Benedito Manuel.
Eficiência operacional
O responsável empresarial considerou “bastante aceitável a qualidade do diamante nessas áreas, onde se pode encontrar uma enorme variedade dessas pedras preciosas”, salientando que nos últimos 30 anos não houve na indústria diamantífera prospecções que tenham alcançado resultados positivos em tão pouco tempo, apenas 12 anos.
Benedito Paulo Manuel antecipou uma melhoria da eficiência operacional da Sociedade Mineira de Catoca este ano, devido à profundidade em que se encontra a mina.
Nas suas declarações à Angop, Benedito Manuel referiu que a grande preocupação de Catoca reside na melhoria da eficiência operacional. Se antes o trabalho era feito com escavadeiras “neste momento é necessário fazer detonações, o que indica que as condições operacionais se complicam à medida que o trabalho vai avançando”, esclareceu.
O responsável informou que a redução de custos e o aumento da eficiência operacional constituem trabalhos diários, sobretudo num momento em que há uma recomendação dos sócios para equilibrar as receitas e os custos operacionais.“Tendo em vista este objectivo, Catoca trabalha com equipas e técnicos da Alrosa, Endiama e Odebrechet”, precisou. Com esse grupo de trabalho, a empresa montou um programa de redução de custos que implica a reprogramação do orçamento para o biénio 2016/2018 e a adequação do plano de produção.A Sociedade Mineira de Catoca tem projectos nas províncias do Cuanza Sul, Lunda Sul, Lunda Norte e Bié. No Cuanza Sul, os trabalhos continuam com o ensaio de amostras.
Com um diâmetro de aproximadamente um quilómetro, uma área de 64 hectares e uma profundidade de 120 metros, a mina de Catoca é o quarto maior kimberlito do mundo a céu aberto.
Em 2014,a produção da companhia rondou os 15 milhões e 450 mil metros cúbicos de toneladas de massa mineira e para 2015, a diamantífera prevê um incremento de seis por cento da produção.