Detidos 165 cidadãos por vandalização de bens e protestos no país

O Posto de Comando Principal da Operação de Asseguramento das Eleições Gerais registou, nos últimos 15 dias, 14 actos de vandalização de comités de alguns partidos políticos e coligações de partidos, realizados por delegados de lista que reclamavam falta de pagamento de subsídios.

A informação foi avançada ontem aos jornalistas, na Unidade Operativa de Luanda, pelo porta-voz do Posto de Comando e director de Segurança Pública e Operações da Polícia Nacional, comissário Orlando Bernardo, que disse terem ainda registado 58 protestos e nove tentativas de vandalização de comités de partidos políticos.

Orlando Bernardo frisou que os protestos e vandalização resultaram na detenção de 165 cidadãos, alguns dos quais foram multados e outros acabaram detidos até seis meses, como consequência de julgamentos sumários a que foram submetidos pelos tribunais nas províncias de Luanda e Huambo.

Explicou que a 7 deste mês, na província de Benguela, houve uma tentativa de vandalização do Comité Provincial do Partido de Renovação Social (PRS), protagonizada por   delegados de lista que reivindicavam pagamento de subsídios, resultando em dois detidos. Acto semelhante ocorreu em Malanje, a 5 deste mês, no município de Marimba, junto ao Comité do PRS, protagonizado por mais de 200 delegados de lista, também por falta de pagamento.

Informou que a 2 deste mês, na província da Lunda-Norte, a corporação tomou conhecimento de três actos de vandalização dos comités dos partidos políticos PRS, FNLA e coligação CASA-CE, por delegados de lista, que resultou na subtracção, na sede do PRS, de 150 cadeiras, 60 bandeiras, um computador, um quadro do presidente daquele partido, resultando na detenção de 12 delegados de lista, bem como a recuperação de 46 cadeiras.

No Moxico, a corporação registou dois protestos defronte às instalações da TPA, organizados pelos delegados de lista da coligação CASA-CE e do partido FNLA,  que reclamavam a falta de pagamento de subsídios.

Orlando Bernardo explicou que no bairro do Kapalanga, município de Viana, em Luanda,  300 delegados de lista realizaram um protesto defronte à sede do partido PRS, onde também reivindicavam pagamentos dos subsídios, resultando na vandalização de seis autocarros públicos e detenção de alguns delegados de lista.

Acrescentou que a 2 de Setembro, no mercado dos Congolenses, um grupo de indivíduos protagonizou tumultos que causaram ferimentos a um agente da Polícia Nacional.

O porta-voz do Posto de Comando para o Asseguramento às Eleições Gerais disse que, no Huambo, um cidadão foi julgado sumariamente pelo Tribunal local, por ter votado em nome do seu irmão, o que constitui crime, pelo que foi indiciado na prática do crime de violação do direito do voto, punível no artigo 184º da Lei Eleitoral e condenado a seis meses de prisão e multa de 100 mil kwanzas.

FacebookTwitterGoogle+