Cuito Cuanavale é marco histórico

Fotografia: Eduardo Pedro
O presidente da Associação dos Veteranos Russos na Guerra em Angola e antigo consultor da 10ª Brigada que participou na Batalha do Cuito Cuanavale, Vadim Sagatchko, apelou ontem em Luanda aos alunos da escola da Embaixada Russa para não esquecerem as proezas do povo angolano, cubano e russo que lutaram em conjunto para a libertação de Angola e a defesa da justiça e da soberania.
Vadim Sagatchko falava numa palestra sobre a presença de militares russos em Angola, com o objectivo de recordar os combatentes tombados durante a Batalha do Cuito Cuanavale e chamou a atenção pelo facto de algumas notícias divulgadas na imprensa ocidental deturparem a veracidade dos factos sobre a história desta heróica batalha e a influência que teve para a independência da Namíbia e ao fim do “vergonhoso regime do apartheid na África do Sul”.
“Hoje, os historiadores políticos norte-americanos e britânicos afirmam que o fim do regime do apartheid e a independência da Namíbia se deveu ao mérito da diplomacia Ocidental e não da Batalha do Cuito Cuanavale”, disse o presidente da Associação dos Veteranos Russos na Guerra em Angola.
O antigo consultor da 10ª Brigada, que cumpre até terça-feira uma visita a Angola, frisou que as tropas sul-africanas e zairenses foram expulsas do território angolano pelas FAPLA em colaboração com as tropas cubanas e consultores russos. “Essa colaboração militar entre as três nações permitiu o enfraquecimento do regime do apartheid na África do Sul e, consequentemente, a independência na vizinha República da Namíbia”, salientou, referindo a importância de fortalecer as relações de amizade e cooperação entre Angola, Cuba e a Rússia.
O adido militar da Embaixada de Cuba, coronel Júlio Lopez, um dos veteranos condecorados pela Associação dos Veteranos Russos na Guerra em Angola durante a palestra, considerou ser uma honra receber uma medalha das mãos de um histórico irmão russo que tem na memória a sangrenta Batalha do Cuito Cuanavale.
Júlio Lopez sublinhou que a longa amizade existente entre Angola, Cuba e Rússia constitui um marco importante na história da luta de libertação e na defesa da justiça e soberania do povo angolano.
“O povo cubano ajudou, ajuda e vai continuar a ajudar o povo angolano e africano, em geral, sem precisar de recompensa material ou financeira”, acentuou o coronel Júlio Lopez, para quem esse gesto de solidariedade vai além da cooperação no domínio militar, com maior incidência para a saúde.
Júlio Lopez informou que, no âmbito do combate ao vírus ébola, especialistas cubanos de saúde chegam hoje aos países afectados pela pandemia – Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa.