Cubanos apoiam ensino superior em Angola

Fotografia: Domingos Cadência
O ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento, afirmou ontem, em Havana, que a cooperação cubana tem permitido o crescimento do sector em Angola.
Falando à Angop e à RNA, na capital cubana, o ministro referiu que o número de profissionais cubanos no sector aumentou de 100 para mais de mil, comparativamente a 2007, ano em que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, visitou a Ilha.“Hoje contamos com cinco novas Faculdades de Medicina que já formaram uma primeira geração de mais de 100 médicos e no próximo ano teremos o dobro deste número”, sublinhou.
A cooperação com Cuba permitiu igualmente abrir 25 novos cursos e reabrir novas instituições de ensino superior, o que, segundo Adão do Nascimento, evidencia o benefício desta cooperação.
“Temos uma cooperação muito bem estruturada e com vários eixos de trabalho que, mobilizando peritos dos dois lados, sobretudo cubanos, ajudam a melhorar o ensino superior em Angola”, realçou o ministro Adão do Nascimento.
Segundo o ministro do Ensino Superior, o programa de cooperação neste domínio vai permitir melhorar, quer ao nível da formação de quadros como na investigação científica. “Existe a intenção de abrir nos vários pontos de ensino superior centros de pesquisa que vão ajudar a transferir competências aos nossos professores e treinar estudantes que possam produzir produtos úteis para a economia nacional”, disse o ministro do Ensino Superior.
Caetano Domingos, responsável pelo apoio ao ensino superior juvenil da Embaixada de Angola em Cuba, disse que existem 1.671 estudantes de licenciatura e 230 de pós-graduação, distribuídos pelas 15 províncias.
Estes estão a ser formados nas vertentes de Medicina, Engenharias e outros ramos da Pedagogia. O sector da Educação é o segundo da cooperação, tendo sido mobilizados para Angola milhares de professores cubanos.
Sector da Saúde
O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, destacou ontem, em Havana, as intervenções que têm sido realizadas em Angola com o apoio da cooperação cubana.
José Van-Dúnem, na qualidade de integrante da delegação do Presidente José Eduardo dos Santos, que visita Cuba esta semana, referiu-se à existência, em Angola, de perto de 1.800 cubanos a trabalhar no sector da Saúde.
O ministro da Saúde realçou, igualmente, como intervenções visíveis, a actividade do Instituto Oftamológico de Benguela e o programa de luta anti-vectorial para a diminuição da transmissão do paludismo e da dengue.
Outro programa de extrema visibilidade, acrescentou o ministro, é a municipalização dos serviços de saúde. Em 70 municípios do país foram montados um trio que consiste em um médico de medicina geral integral, um especialista de estatística e um licenciado em enfermagem.
Este programa visa permitir que a informação chegue em tempo oportuno para a tomada de decisões ao nível superior e trabalhar com as enfermeiras locais do ponto de vista da formação e generalização das boas práticas.
Tudo isso tem contribuído para a melhoria dos níveis da atenção primária, nomeadamente a prevenção do paludismo e as coberturas vacinais, sublinhou o ministro da Saúde. Dúnem informou que existem equipas cubanas que estão a apoiar os hospitais municipais de Cacuaco, Sambizanga, Barra do Dande e Camabatela, entre outros.
O ministro da Saúde referiu também a formação de parteiras, dada a necessidade de se reduzir a mortalidade materno-infantil. Para o efeito existem 17 profissionais cubanos no país. No âmbito da visita presidencial, esta semana, o ministro da Saúde admite a possibilidade de identificação de novas áreas, tendo em conta o potencial cubano e o facto de Angola se encontrar num processo de desenvolvimento acelerado.
Os dois países mantêm relações desde Novembro de 1975. O primeiro convénio de cooperação remonta a Fevereiro de 1976 e versou o sector da Saúde.