Cruzeiro vai avaliar recursos pesqueiros do país

Um cruzeiro para avaliação dos recursos pesqueiros do país, que percorrerá Angola, Namíbia, África do Sul e Gabão, vai ser realizado, no período de Junho a Agosto deste ano, pelo Ministério da Agricultura e Pescas, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

O cruzeiro, com duração de três meses, prevê o estudo detalhado do padrão de imigração e a abundância dos recursos ao longo de toda zona de distribuição deste.

Essa informação foi dada à imprensa hoje, segunda-feira, pela directora geral do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha (INIPM), Filomena Vaz Velho, à margem do Workshop do Programa Nacional de Amostragem Biológica (PNAB), que decorre sobre o lema “Suporte para uma pesca sustentável”.

Segundo a responsável, a rota foi definida pela partilha, em termos geográficos, dos recursos com a Namíbia e África do Sul, por causa da corrente fria de Benguela, e também com o Gabão por pertencer a corrente quente de Angola.

“Este cruzeiro vai cobrir não só Angola, mas também África do Sul chegando até Gabão pelo facto dos recursos não obedecerem fronteiras, e de formas a termos uma visão do que acontece com os recursos do nosso país e também com o dos outros”, disse.

Acrescentou que para este cruzeiro estão escalados 10 investigadores nacionais que vão trabalhar nas águas de Angola em um período de 31 dias, havendo depois uma redução de investigadores angolanos para enquadrar alguns dos países a se investigar.

Sobre o Navio Baia Farta

Filomena Vaz Velho fez saber que o navio voltou sob custódia do construtor apesar do sucesso do primeiro cruzeiro de arrasto demersal (pesca de espécies no fundo do mar), concluído com sucesso, em 10 dias, na Região Norte (Luanda-Sul do Rio Congo).

 “O navio pescou mas ainda há necessidade de afinar/calibrar os equipamentos periféricos do navio angolano, que se encontra no país desde 2018, proveniente da Roménia”, disse.

Além da calibragem, a nova paralisação da embarcação científica vai permitir, também, adequar os equipamentos às águas do mar angolano.

Orçado em cerca 80 milhões de dólares, o navio Baía Farta chegou ao país em 2018 e terminou a sua primeira fase de testes/provas do mar, em Abril de 2021.

Após a sua conclusão na Roménia, o navio, com 74 metros de comprimento, foi testado numa profundidade de dois mil e 212 metros, bem como a mais de cinco mil metros de profundidade no Oceano Atlântico durante a sua vinda para Angola.

A embarcação, que permite 29 dias de autonomia no mar, dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado, geralmente, na navegação naval, para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho).

Participaram do evento a secretária de Estado para as Pescas, Esperança da Costa, uma representante da FAO e vários quadros daquele sector ministerial.

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