Crescem as trocas comerciais com a China
As trocas comerciais entre Angola e a China atingiram mais de 28,26 mil milhões de dólares (2,8 triliões de kwanzas), o que representa um crescimento de 4,31 por cento.
Angola lidera a balança comercial ao vender ao gigante asiático mercadorias no valor de 24. 378 milhões de dólares (2,44 triliões de kwanzas), mais 0,28 por cento, contra os cerca de 3,89 mil milhões de dólares (389 mil milhões de kwanzas) da China, mais 39,45 por cento.
De acordo com dados oficiais chineses, divulgados em Macau, Angola surge assim no segundo lugar do conjunto dos oito países que falam português, em que o Brasil aparece a liderar a lista, com um volume total de 68.237 milhões de dólares, mais 1,38 por cento, em relação ao período homólogo do ano passado. A China vendeu ao Brasil bens no valor de 25.698 milhões de dólares, menos 2,58 por cento e comprou bens no montante de 42.539 milhões de dólares, 3,94 por cento a mais.
Portugal surge em terceiro lugar, com as trocas comerciais com a China avaliadas em 3.613 milhões de dólares, mais de 24,93 percentuais em resultado das vendas da China para o país ibérico no valor de 2.332 milhões de dólares (mais 27,07 por cento) e compras que ascenderam a 1.280 milhões de dólares, mais de 21,21 por cento.
Em quarto lugar aparece Moçambique com um comércio bilateral no valor de 2.329 milhões de dólares, 95,27 a mais, com a China a exportar bens no montante de 1.231 milhões de dólares, mais de 39,03 por cento e a comprar mercadorias no valor de 1.098 milhões de dólares, com 257,28 percentuais. Com os restantes países de língua portuguesa, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, as trocas comerciais com a China ascenderam nos primeiros nove meses do ano a 145 milhões de dólares.
Países de língua portuguesa
As trocas comerciais entre a China e todos os países de língua portuguesa atingiram os 102,58 mil milhões de dólares, de Janeiro a Setembro, um acréscimo homólogo de 4,06 por cento.
Nos primeiros nove meses do ano, a China vendeu aos oito países de língua portuguesa bens no valor de 33. 240 milhões de dólares, mais 3,98 por cento e comprou mercadorias no montante de 69.346 milhões de dólares, mais 4,10 por cento, assumindo um défice comercial de 36.106 milhões de dólares. Nos últimos quatro anos, as trocas comerciais entre a China e Angola foram além do dobro, subindo 110 por cento para 35 mil milhões de dólares (3,5 triliões de kwanzas), em 2013, com a balança comercial a ser largamente favorável a Angola, devido ao petróleo.
De acordo com os dados oficiais da alfândega chinesa, divulgados em Maio, as trocas comerciais entre os dois países passaram dos 17 mil milhões de dólares (1,7 triliões de kwanzas) em 2009 e bateram o recorde em 2012, ano em que o comércio entre os dois países chegou a valer mais de 37,5 mil milhões de dólares (3,75 triliões de kwanzas)).
Em 2013, as trocas entre os dois países sofreram uma redução de 4,24 por cento, para 35,91 mil milhões de dólares (3,4 triliões de kwanzas). No ano passado, Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 3,96 mil milhões de dólares (396 mil milhões de kwanzas), menos 1,96 por cento, e comprou mercadorias no valor de 31,94 mil milhões de dólares (3,2 triliões de kwanzas), o que representa uma descida de 4,51 por cento face ao ano anterior.
Na base das trocas comerciais entre os dois países está o sector do petróleo e gás, que representou no ano passado 45 por cento do total das exportações de petróleo angolano, segundo os dados divulgados pela petrolífera angolana Sonangol no final de Abril.
Na conferência de imprensa que serviu para apresentar os resultados da petrolífera em 2013, a administradora Anabela Fonseca admitiu uma redução nas trocas com a China devido ao abrandamento económico do gigante asiático, mas salientou que a China vai “continuar a ser um grande consumidor de energia por mais algum tempo”.
Na lista dos maiores compradores do crude angolano está a Índia, em segundo lugar, com 12 por cento do total, seguindo-se Taiwan, o que faz com que a Ásia seja “o maior destino de todas as exportações da Sonangol”, que por sua vez representam a grande maioria das exportações do país, já que mais de 90 por cento das saídas de produtos e mercadorias se enquadram no sector petrolífero.