Correios de Angola criam código postal
A união dos serviços tradicionais dos correios com as novas tecnologias de informação pode tornar a Empresa de Correios de Angola rentável e auto-sustentável, segundo conclusões saídas ontem no encontro de apresentação do “Plano Director de Recuperação e Rentabilização dos Correios de Angola”, realizado em Luanda.
Realizado no âmbito do “programa sexta-feira das TIC’s”, do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, o encontro concluiu que o mercado postal tem que se adaptar aos altos índices de crescimento da economia nacional, agregando aos tradicionais serviços postais as novas tecnologias de informação e comunicação, a exemplo do que ocorre noutros países.
De acordo com o director nacional dos Serviços Postais, Carlos Baptista, a rentabilização e auto-sustentabilidade dos serviços postais passa pelo alinhamento ao Programa Nacional de Desenvolvimento 2013-2017, pela formação de quadros e pela adopção da estratégia de Doha e da União Postal Universal ( UPU).
Carlos Baptista apontou a guerra, que destruiu muitas estruturas dos Correios, a fuga de quadros para outros sectores com salários mais atractivos e a revolução das novas tecnologias de informação como aspectos fundamentais que asfixiaram os Correios de Angola.
Acrescentou que até 1974 Angola tinha 375 estações postais e hoje tem apenas 56, pretendendo que até 2017 aumente para 200. O director nacional referiu-se também às baixas receitas vindas dos Correios, que contribuem com apenas cinco por cento no salário dos trabalhadores, sendo 95 por cento cobertos pelo Estado. A rentabilização da empresa representa um investimento público superior a 31,8 mil milhões de kwanzas até 2017.
O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, disse na abertura do encontro que o Plano Director prevê cobrir todo país com serviços diversificados e com a qualidade desejada, tanto para empresas públicas, privadas como para singulares.
“Os serviços da rede dos Correios de Angola são um importante factor de integração nacional, porque permitem ligações entre as pessoas e as instituições do país, promovendo a angolanidade”, declarou.
A presidente do conselho de administração dos Correios de Angola, Maria Luísa Andrade, ao falar sobre a “Visão de Mercado Comercial”, anunciou que Angola vai elaborar um código postal nacional para acabar com a “tarefa heróica” dos carteiros que entregam correio ao domicílio apenas com base em referências.
Disse que a inexistência de um código postal no país torna impossível a entrega ao domicílio de encomendas postais internacionais. “O que as pessoas fazem é deixarem-nos o terminal telefónico e quando a encomenda chega nós ligamos”, reconheceu.
A situação actual, prosseguiu, enfrenta ainda o problema de centenas de ruas que ainda hoje são conhecidas por diferentes toponímias, relativas ao período colonial e pós independência.
Além de facilitar a recepção das encomendas internacionais, a introdução do Código de Endereço Postal (CEP) vai permitir o “tratamento mecanizado” na expedição, garantindo “maior rapidez e fiabilidade” no processo, aumentando a “credibilidade” da empresa.