Conferência sobre paz nos Grandes Lagos
As autoridades angolanas estão já a trabalhar para a realização ainda este mês, em Luanda, de uma cimeira conjunta entre a Conferência Internacional dos Grandes Lagos e a SADC, sobre a situação no leste da República Democrática do Congo.
O facto foi revelado pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, em Brasília, onde integrou a delegação chefiada pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, à cerimónia de posse da Presidente Dilma Rousseff.
Na última Cimeira de Luanda, os Chefes de Estado da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos deram prazo de seis meses, para que os rebeldes das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda se rendam e este período terminou no sábado. No caso de incumprimento, arriscam-se a enfrentar uma força militar internacional, que tem já o apoio total dos Estados Unidos. O ministro reafirmou o apoio ao desmantelamento compulsivo dos rebeldes das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, que desestabilizam o leste da República Democrática do Congo.
“Estamos todos de acordo com a realização da operação militar para desarmar compulsivamente as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, que já deviam ser desmanteladas há 20 anos”, declarou. Questionado sobre a urgência de medidas para a estabilidade da RDC, Georges Chikoti disse que há consenso, mas que as forças dependem da ONU e aguardam também luz verde das autoridades da RDC para viabilizar a operação. Na semana passada, o representante especial do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Saïd Djinnit, disse à RNA que os sinais de desarmamento dados pelos rebeldes não são convincentes.
“Depois deste prazo vai pôr-se em acção o plano de combater esses rebeldes. Recebemos algumas indicações de que eles estariam a desarmar-se de uma forma voluntária, mas não tem sido a um nível que queríamos que fizessem”, informou. Saïd Djinnit destacou ainda o empenho de Angola na pacificação e estabilização da Região dos Grandes Lagos. O enviado de Ban Ki-moon afirmou que o mandato de Angola como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU traz uma grande esperança de paz para África. “Quero encorajar o Presidente José Eduardo dos Santos a continuar os esforços na pacificação da região. A eleição de Angola para membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas vai incrementar o apoio para a pacificação nos Grandes Lagos e toda África”, disse.