Comércio com a China sobe mais de um terço

Fotografia: Francisco Bernardo

Fotografia: Francisco Bernardo

Estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, divulgadas pelo Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau, revelam que Angola, o segundo parceiro chinês entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), registou em 2013 um aumento das trocas comerciais com a China na ordem de 35,5 por cento, para 37.502 milhões de dólares (cerca de 3,8 triliões de kwanzas).

As vendas angolanas à China foram de 33.458 milhões de dólares (perto de 3,4 triliões de kwanzas) – mais 34,4 por cento – e as compras de 4.044 milhões de dólares (mais de quatro triliões de kwanzas), reflexo de um aumento anual superior a 45 por cento.

Angola e os outros quatro PALOP representam cerca de um quinto das trocas comerciais da China com África, com um peso crescente no total e um excedente comercial em relação a Pequim, indicam os dados estatísticos mais recentes.

Em 2013, revelou na semana passada a Câmara de Comércio Internacional da China, as trocas comerciais com os países africanos aumentaram 5,9 por cento, para 210,2 mil milhões de dólares (21,020 triliões de kwanzas).

Deste total, a maior fatia é a das importações chinesas de África – 117,4 mil milhões de dólares (11,740 triliões de kwanzas), mais 3,8 por cento em relação ao ano anterior – superior aos 92,8 mil milhões de dólares (9,280 triliões de kwanzas) de exportações chinesas para África, que aumentaram 8,8 por cento.

Os mesmos dados apontam que no final de 2013 havia mais de duas mil empresas chinesas a operar em África, sobretudo em sectores como a agricultura, infra-estruturas, indústria, extracção de recursos, finanças, comércio e logística.

Os números já conhecidos relativamente às trocas comerciais chinesas com os países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – são significativos quando comparados com os totais do continente africano.

Com Moçambique, as trocas comerciais aumentaram em 22,6 por cento, para 1,64 mil milhões de dólares (1,6 triliões de kwanzas), com Maputo a comprar à China produtos no valor de 1,19 mil milhões de dólares (cerca de 1,2 triliões de kwanzas) – mais 27,12 por cento – enquanto a China comprou a Moçambique bens mo valor de 451 milhões de dólares (45,1 mil milhões de kwanzas), mais 12,02 por cento que em 2012.

Aumento das trocas

Com os valores de Cabo Verde e restantes países lusófonos , o total das das trocas comerciais ascende a perto de 40 mil milhões de dólares (quatro triliões de kwanzas), cerca de um quinto do total transaccionado ao longo do ano passado entre a China e África.

Na IV Conferência Ministerial do Fórum de Macau, realizada em Novembro de 2013, foi celebrado o Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2014-2016), que definiu o objectivo de aumentar o comércio neste espaço até 160 mil milhões de dólares (18 triliões de kwanzas) em 2016.

O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, manifestou expressamente o seu apoio a Macau na construção de uma série de infra-estruturas, em que se incluem o Centro de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa, o Centro de Distribuição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa e o Centro de Convenções e Exposições para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

“Nos anos recentes, testemunhámos uma cooperação cada vez mais aprofundada entre a China e os países de língua portuguesa no domínio comercial”, refere o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, numa avaliação recente sobre as trocas neste espaço.

A presença chinesa em África é fortemente marcada pela exploração de matérias-primas, como o petróleo e o gas, pelas necessidades do crescimento do país asiático, e o fornecimento do equipamentos e serviços tecnológicos.

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