Chineses com vasto interesse em entrar

Fotografia: André da Costa |

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Angola vai receber nos próximos tempos um investimento financeiro de empresários chineses avaliado em mais de 650 milhões de dólares a serem aplicados na agricultura e na construção de fábricas de processamento alimentar em algumas províncias do país, disse, em Pequim, o vice-presidente do Hasan Group (HS), Shao Quiang.

A proposta foi apresentada este mês em Pequim por empresários chineses durante um encontro com a delegação do Consórcio BPC-ABC, liderado por João Paulo Tómas.
O vice-presidente do Hasan Group (HS), Shao Quiang, manifestou interesse em investir 500 milhões de dólares no sector da agricultura e na área de processamento alimentar e anunciou que o montante vai ser utilizado na aquisição de equipamentos para a construção de fábricas de processamento alimentar e centros de formação de quadros.
A construção de novas fábricas, disse Shao Quiang, vai contribuir para a industrialização do país, um dos caminhos para a diversificação da economia e uma das fortes apostas do Estado angolano. “No caso de o Consórcio BPC-ABC apresentar  projectos de investimentos em outras áreas, o grupo empresarial chinês vai mobilizar outros empresários chineses para expandir os seus negócios em Angola”.
A empresa HS, disse, está presente em Angola há mais de dez  anos na área da construção civil, e pretende nos próximos tempos investir no sector petrolífero.
A delegação do Consórcio BPC-ABC teve encontros com vários empresários chineses. O presidente da empresa chinesa Forever Greem, Wam Xan, disse ao Jornal de Angola ter disponíveis 150 milhões de dólares para investir em Angola no ramo da agricultura e processamento alimentar. Wam Xan explicou que o país possui terras que favorecem o investimento no sector da agricultura, fundamentalmente na produção de mandioca, trigo, tomate e milho.
O remanescente da produção, sublinhou, vai ser transformado em massa de tomate e farinha de milho.
O empresário diz contar com apoio do Consórcio BPC-ABC para investir na área da identificação de solos, construção de infra-estruturas, aquisição de equipamentos e formação de quadros angolanos.

Construção de residências

O Consórcio BPC-ABC apresentou na China um conjunto de projectos de pequenas e grandes dimensões a empresários e bancos comerciais da China para financiamento e posterior execução por empresas do gigante asiático.
O presidente do grupo empresarial Benjing Construction Engineering, Ma Tieshan, disse que a sua empresa, vocacionada para a construção de grandes obras, está interessada em construir em quatro anos 40 mil casas sociais em algumas províncias do país. Ma Tieshan acrescentou que a empresa vai apresentar em breve a maqueta do projecto ao Consórcio BPC-ABC e  discutir os custos de financiamento.
Apesar da crise económica que assola a economia angolana, com a descida do preço do petróleo no mercado internacional, Ma Tieshan considera o mercado de Angola muito atractivo, dispondo de riquezas naturais, como ferro, ouro, diamantes, mármore e granito, e ter a maior parte da sua população jovem. O presidente do Grupo Benjing Construction Engeneering trabalha em Angola há dez anos e quer alargar o seu volume de negócios, com a aposta na indústria panificadora. A empresa pretende também construir uma fábrica de pedroneira para apoiar a construção civil, com um volume de investimento avaliado em mais de dez milhões de dólares.

Perfil da companhia

A empresa tem 27 subsidiárias no mundo, desenvolvendo actividades ligadas ao ramo da construção civil e usa as mais modernas tecnologias em obras de engenharia em grandes países como Inglaterra, Canadá, Austrália, América do Sul e África. Em Angola tem uma fábrica de tintas e de granitos que emprega 2.772 trabalhadores angolanos.
O presidente do Consórcio Banco de Poupança e Crédito e Angola Business Corporatin (BPC-ABC), João Paulo Tómas, valorizou o encontro com empresários chineses, acrescentando que visou obter financiamento para colocar em pratica diversos projectos ligados à agricultura, construção civil, pescas e gestão de negócios.
João Paulo Tómas afirmou que dos vários encontros tidos com empresários no Dubai, Singapura e agora na China, o consórcio obteve um resposta satisfatória dos empresários, que prometem investir em Angola no sector produtivo nos próximos tempos.
João Paulo Tómas sublinhou que, apesar da crise económica, o ambiente de negócios em Angola motiva os empresários a investirem o seu capital no país, tanto na construção de fábricas de processamento alimentar  como na indústria de confecções de roupas, na construção civil e na agricultura biológica.
A delegação do Consórcio BPC-ABC esteve durante 20 dias no Dubai, Singapura e China, com vista à captação de financiamentos para vários projectos, numa parceria público-privada, tendo mantido reuniões com várias instituições financeiras.

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