Chefe de Estado e ministro alemão dos Negócios Estrangeiros abordam cooperação

Foto: Francisco Miúdo

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O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu hoje em audiência, no Palácio Presidencial, em Luanda, o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Federal da Alemanha, Frank-walter Steimeier, com quem abordou aspectos da cooperação bilateral e da arena internacional.

Estou seguro que não existem só relações entre Angola e a Alemanha, marcadas por uma grande tradição e proximidade, mas também é importante olhar para o futuro e ver que temos pontos em que esta cooperação pode ser reforçada, disse à imprensa o governante alemão, no final do encontro.

“Angola preside, actualmente, à Conferência Internacional sobre os Grandes Lagos, uma experiência difícil de prosseguir no caminho da razão, numa região de interesses, às vezes, tão divergentes para criar um denominador comum, e evitar uma escalada de violência. Por isso, acho que quanto à política externa há pontos em comum, através dos quais essa cooperação pode ser reforçada”, ressaltou o visitante.

Segundo  Frank -walter Steimeier, este seu périplo por alguns países de África, que o levou já à Etiópia, Tanzânia e agora a Angola, “é decisiva, porque neste momento a política externa da Alemanha, em relação ao continente africano, está a ser actualizada”.

O responsável alemão, justificando os países escolhidos, explicou que quanto à Tanzânia o seu pais tem relações muito intensas e também de longa data, remontando ao período colonial. Em relação à Etiópia, trata-se de um Estado que passa por uma profunda mudança e onde está a sede da União Africana.

“Com grande respeito e admiração constatamos tudo que está a ser feito, nos últimos anos, relativamente à procura de resolução dos problemas de África, particularmente de questões como a segurança, cooperação económica, financiamentos, entre outros vectores”, salientou.

Em relação a Angola, destacou que  o país tem uma economia que regista um crescimento dos mais fortes, não só em termos africanos, mas comparado a todo mundo, nesta altura.

“Também tem sido interessante do ponto de vista da política externa porque neste momento estamos a envidar esforços semelhantes em relação a conflitos regionais nas nossas proximidades e do ponto de vista económico existem boas perspectivas de cooperação entre empresas alemãs e angolanas”, sustentou ainda.

No capítulo internacional, o ministro alemão revelou ter descrito, ao estadista angolano, o ponto da situação relativa à Ucrânia.

“O Presidente perguntou-me, de uma forma muito interessada, sobre as causas e a actual situação na Ucrânia. Nós na Europa, 70 anos após o fim da II Guerra Mundial e 25 anos após o fim da Guerra Fria, não estávamos a espera que situações de conflitos violentos pudessem voltar ao continente. Trata-se de um conflito muito sério com risco de uma cisão, daí nós, Alemanha, estarmos tão empenhados em não deixar que a crise atinja outros níveis”, esclareceu.

“Penso que a iniciativa conseguida, na sexta-feira passada, marcou um grande avanço neste processo, uma vez que juntamente com representantes do governo russo e do governo Ucraniano foi possível criarmos um pequeno grupo de observação a enviar à Ucrânia. Penso que é um primeiro passo para se reduzir a tensão”, ajuntou Frank-walter Steimeier.

Desde terça-feira,  na capital do país, para visita oficial  de três dias, no âmbito do reforço das relações de cooperação entre ambos os paises, o  ministro alemão manteve, ainda hoje, encontro de trabalho com o seu homólogo angolano, Georges Chikoti, que presenciou a audiência no Palácio Presidencial.

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