Chefe de Estado convidado ao acto de posse

Fotografia: Domingos Cadência

Fotografia: Domingos Cadência

O Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, foi convidado ontem a participar na cerimónia de investidura do Presidente eleito do Níger, Issoufou Mahamadou, no próximo dia 2 de Abril, apesar de os resultados eleitorais não terem ainda sido homologados pelo Tribunal Constitucional.

O convite foi ontem entregue em Luanda pela ministra das Relações Exteriores do Níger, Kane Boulama, ao seu homólogo angolano, Georges Chikoti.À saída do encontro, Kane Boulama disse à imprensa que o Presidente do Níger Issoufou Mahamadou “convidou o seu amigo e irmão” José Eduardo dos Santos para participar na cerimónia de investidura do Presidente reeleito do Níger.
A ministra das Relações Exteriores nigerina disse que as eleições presidenciais decorreram num clima de paz e serenidade e que neste momento se aguarda pela proclamação dos resultados definitivos pelo Tribunal Constitucional.
“O Presidente da República do Níger encarregou-me de vir ao país irmão porque, apesar da distância, o povo do Níger sente-se muito próximo de Angola”, disse, realçando que o seu país sempre foi solidário com o povo angolano durante a luta de libertação nacional.

As relações entre Angola e o Níger são essencialmente no domínio político, mas a ministra das Relações Exteriores daquele país disse que há condições para se avançar com a cooperação nos sectores económico, com realce para o comércio. A ministra Kane Boulama elogiou a presidência de Angola no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tendo sublinhado que a visão política do seu país é igual à que Angola implementa no domínio das relações internacionais.

O combate ao terrorismo e a pacificação dos países do continente africano também fazem parte da linha política que o Níger segue. “Nós estamos satisfeitos, enquanto nigerinos e enquanto país da África, sobre os progressos que Angola imprimiu na causa africana no Conselho de Segurança”, disse. A ministra Kane Boulama esteve acompanhada da embaixadora do Níger em Angola.

O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, disse que  o convite dirigido ao Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, é um gesto de cortesia e de amizade que o Presidente do Níger tem por Angola, desde os tempos do Presidente Agostinho Neto. “É um gesto que nos honra”, disse. O ministro Georges Chikoti acrescentou que as relações entre Angola e o Níger são boas, sublinhando que, apesar da cooperação entre os dois países se basear na diplomacia política, é possível começar a pensar na diplomacia económica. O Níger já tem alguns empresários a trabalhar em Angola nos domínios do comércio e a classe empresarial angolana pode também encontrar oportunidades de negócio naquele país africano. Momentos depois da audiência que concedeu à ministra nigerina, Georges Chikoti viajou para a República Centro Africana, onde representa hoje o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, na investidura do Presidente eleito da RCA, Faustin-Archange Touadéra.

Chikoti disse que o convite para Angola participar na cerimónia de tomada de posse do Presidente eleito da RCA é o reconhecimento dos esforços do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, e Presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, na busca de soluções de paz naquele país.

O Presidente eleito da República Centro Africana (RCA), Faustin Touadéra, esteve em Luanda no princípio deste mês de Março para agradecer o apoio de Angola ao Governo de transição do seu país, que considerou “muito importante” para o alcance da estabilidade política.

Em declarações à imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, antes da partida de Luanda, Faustin Touadéra sublinhou que a ajuda de Angola foi fundamental para que a RCA alcançasse alguma segurança, factor “primordial” para a concretização das recentes eleições em que saiu vitorioso à segunda volta.

Com a eleição de Faustin Touadéra, a Presidente Catherine Samba-Panza cessa a sua função no Governo de transição, assumido em Janeiro de 2014, depois da renúncia de Michel Djotodja, pressionado interna e externamente, devido ao agravamento do clima de violência inter-religiosa na RCA, iniciado em finais de 2013, opondo milícias cristãs e muçulmanas.

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