Cerca de 200 empresas em vias de privatização
12 Agosto de 2019 | 08h59 – Actualizado em 12 Agosto de 2019 | 10h12
O capital de 195 empresas detidas ou participadas pelo Estado será alienado, entre 2019 e 2022, no quadro do Programa de Privatizações (Propriv), de acordo com o Diário da República, publicado na última segunda-feira.
No próximo ano, outras 81 empresas serão alienadas por CP, seis serão passadas por Leilão em Bolsa e três via OPI, elevando a operação em outras 90 companhias, depois do que são privatizadas 12 em 2021 e quatro em 2022.
Entre as empresas mais emblemáticas envolvidas neste processo, contam-se as E.P Sonangol, Endiama e TAAG, os bancos de Comércio e Indústria (BCI), Angolano de Investimentos (BAI), Caixa Geral de Angola (BCGA) e Económico, bem como as empresas financeiras Ensa Seguros e a Bolsa da Dívida e Valores de Angola (Bodiva).
Estão incluídas as unidades agro-industriais Aldeia Nova e Biocom, as têxteis Textang II, Satec e África Têxtil, as cimenteiras Nova Cimangola e Secil do Lobito, bem como as cervejeiras Cuca, Eka e Ngola e a construtora Mota Engil Angola.
As companhias de telecomunicações a passar para o capital privado, no âmbito do Propriv, são a Unitel (onde a MSTelecom tem uma participação de 20 por cento), a própria MS Telecom, Net One, Multitel, Angola Telecom, TV Cabo Angola, Angola Cables, Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola (ENCTA), Angola Comunicações e Sistemas (ACS) e Empresa de Listas Telefónicas de Angola (ELTA).
Outras empresas listadas para a privatização são a companhia aérea da Sonangol, Sonair, a Sociedade de Gestão de Aeroportos (SGA, que substitui a Enana) e a Sonangalp, uma distribuidora de combustíveis detida em 51 por cento pela petrolífera estatal angolana.
Emprego do dinheiro
O documento fornece indicações sobre o emprego previsto para o encaixe das privatizações, declarando que as receitas do Propriv serão canalizadas para o financiamento de programas que sirvam para o desenvolvimento económico e social de Angola, com destaque para o fomento do sector produtivo.
O Propriv vai permitir ao Estado reforçar a posição de agente regulador e coordenador da actividade económica desenvolvida a nível do território nacional, considera o Decreto Presidencial n.º 250/19, de 5 de Agosto.
O documento acrescenta que, para que o reforço do papel do Estado seja verificado de forma natural, é necessário que, do ponto de vista legal, estejam criadas todas as condições que permitam que o programa seja realizado de forma eficiente, o que explica o Decreto.