“Cátedra Agostinho Neto” criada em Itália

Fotografia: DR

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A Fundação António Agostinho Neto (FAAN), a União dos Escritores Angolanos (UEA) e a Universidade Roma Tre assinaram na segunda-feira, em Roma, um acordo que cria a “Cátedra Agostinho Neto” nesta instituição universitária italiana.

O acordo foi rubricado por Maria Eugénia Neto, presidente da FAAN, António Francisco Luís do Carmo Neto, secretário-geral da UEA, e pelo Professor Mario Panizza, Reitor da Universidade Roma Tre.
Com este protocolo, o Departamento de Língua, Literatura e Cultura Estrangeira desta universidade italiana vai também dedicar-se ao ensino da literatura e da cultura de Angola.

Na ocasião, Maria Eugénia Neto disse que a Fundação que dirige “se orgulha de assinar este protocolo de cooperação com a Universidade Roma Tre, no sentido de instituir a Cátedra Agostinho Neto no domínio do estudo da língua, literatura e Cultura Angolana”.

A viúva do primeiro Presidente de Angola recordou a solidariedade do povo italiano para com a causa libertadora de Angola, lembrando, em particular, a recepção do Papa Paulo VI aos líderes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, designadamente Agostinho Neto (Angola), Amílcar Cabral (Guiné-Bissau e Cabo Verde) e Marcelino dos Santos (Moçambique), no dia 1 de Julho de 1970.
Em sua opinião, a atitude de Paulo VI mudou o conceito que o mundo tinha “das nossas lutas e foi um acontecimento grandioso, que levou muitos países a apoiarem abertamente a nossa luta”.

A seguir à assinatura do protocolo de cooperação, realizou-se um colóquio denominado “Literatura Angola Hoje”, que se traduziu num debate entre figuras do meio cultural angolano e do mundo académico italiano, que se têm dedicado com interesse ao estudo da literatura e da cultura angolanas.

Na iniciativa, o secretário-geral da UEA, Carmo Neto, dissertou sobre “Literatura angolana aos olhos da União dos Escritores Angolanos”, enquanto os escritores José Luís Mendonça e António Quino falaram da “Literatura, Nação e História” e “Faces da prosa narrativa angolana”.

Por Itália, Mariagrazia Russo, da Università della Tuscia di Viterbo, abordou o tema “La letteratura angolana in Italia: un percorso di traduzioni e interpretazioni” e Francesco Genovesi (Università Roma Tre), “O desencanto é sempre uma morte. Trent’anni di storia angolana in ‘A geração da utopia’ di Pepetela” e Simone Celani (Sapienza Università di Roma), “Deste lado da história o rio morre aqui.

Identità e contraddizione nella poesia angolana”. Giorgio de Marchis (Itália) e Carmo Neto (UEA) apresentaram, durante o colóquio, a edição italiana da antologia de conto angolano “Balada dos Homens que Sonham” (Ballata dei sognatori), organizada pelo escritor e investigador António Quino. Este livro, já traduzido em hebraico e espanhol, inclui 14 contistas angolanos, que espelham nos seus textos vivências, contextos e referências de Angola dos últimos 30 anos.

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