Candidatura de Angola ganha força

Fotografia: João Gomes
O ministro das Relações Exteriores afirmou que Angola quer participar na construção da paz e de um mundo cada vez mais estável, daí o seu interesse em tornar-se membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A eleição acontece no próximo dia 16, em Nova Iorque, e a cerimónia vai ser testemunhada pelo ministro Georges Chikoti. “Vamos viver um momento difícil, mas a vontade de Angola em querer participar na construção da paz, e de um mundo cada vez mais estável, vai superar todas as dificuldades”, afirmou.
Para Georges Chikoti, as autoridades angolanas defendem a reforma do Sistema das Nações Unidas, sobretudo do Conselho de Segurança, para uma participação efectiva dos países africanos neste órgão. “Estando no Conselho de Segurança como membro não-permanente, Angola vai aprender mais e amadurecer as suas ideias para a solução de alguns conflitos mundiais”, referiu o ministro, salientando que a candidatura angolana resulta da vontade de querer contribuir para o bem colectivo da humanidade.
Paz para a RCA
O ministro das Relações Exteriores confirmou segunda-feira, em Nova Iorque, que Angola vai participar na operação de manutenção de paz na República Centro Africana (RCA), com cerca de dois mil militares distribuídos em unidades motorizada, mecanizada e médica.
Georges Chikoti disse que com esta decisão as autoridades angolanas vão contribuir para a solução da crise política e militar prevalecente naquele país. Em declarações à imprensa, no balanço que efectuou sobre a participação de Angola na 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Georges Chikoti disse que estão a ser ultimados todos os pressupostos que garantam uma boa presença de Angola nas operações de paz naquele país.
Georges Chikoti lembrou que a República Centro Africana conhece uma situação de instabilidade há mais de cinquenta anos, salientando que existe vontade de todos os parceiros verem aquele país estabilizado.
O chefe da diplomacia angolana considerou positiva a presidência de Angola na Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, tendo destacado algumas contribuições, realização de cimeiras e apoio material, sobretudo para a República Democrática do Congo, República Centro Africana e Sudão do Sul.
O chefe da diplomacia angolana sublinhou que Angola trabalha de “maneira profunda”, com todos os países membros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, para pôr fim à crise política e militar na vizinha República Democrática do Congo.
Balanço positivo
O ministro Georges Chikoti afirmou que Angola teve uma “excelente” participação na sexagésima nona sessão da Assembleia Geral da ONU, e elogiou a contribuição de alguns membros da delegação nos encontros de Alto Nível que antecederam o debate geral.
Georges Chikoti falou da vontade e interesse manifestado pelos Estados membros da ONU presentes no evento em acções que visam proteger o ambiente, a paz e estabilidade mundiais. Sublinhou que houve uma grande participação durante as discussões, destacando os problemas surgidos, sobretudo em relação ao actual processo de pacificação no Médio Oriente, norte de África e na Ucrânia. “Notou-se que há convergência de pontos de vista relativamente à forma que se persegue para alcançar a paz em todos estes conflitos”, afirmou o ministro, acrescentado que alguns reclamaram apenas a forma como o combate ao terrorismo está a ser feito.
Em relação às diferentes manifestações do terrorismo islâmico na Nigéria, Mali e Somália, o ministro disse ser “um problema complexo, porque alguns acham que este terrorismo é financiado por alguns Estados que agora vão fazer parte da coligação na luta contra este fenómeno.” Georges Chikoti salientou ainda que durante as discussões os líderes mundiais reconheceram que o mundo vive alguma tensão porque a divergência que paira sobre a forma de combater o terrorismo e o islamismo afecta os países mais importantes do Conselho de Segurança, nomeadamente, os Estados Unidos da América e a Rússia.
Combate ao Ébola
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, referiu que durante os debates sobre o ébola, os Estados mostraram vontade de contribuir para a erradicação desta epidemia, que ceifa a vida de muitos africanos.
De acordo com o ministro, os Chefes de Estado e representantes de várias organizações reconhecem que o ébola deve ser combatido, porque também afecta a produção e produtividade de alguns Estados.
O ministro Chikoti defendeu “investimentos imediatos” para pesquisas e compra de remédios adequados para curar os doentes e fazer o tratamento preventivo da doença. Defendeu a construção de melhores unidades hospitalares nos países afectados, para evitar a contaminação fácil das pessoas.