Burundi em crise procura soluções

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

O ministro das Relações Exteriores está desde domingo em Nairobi, capital do Quénia, para reuniões com os seus homólogos do Uganda e do Quénia, no âmbito dos esforços da liderança da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, para a estabilidade no Burundi.

As reuniões têm como objectivo encontrar soluções políticas e diplomáticas para a paz e estabilidade no Burundi, onde se registam cenas de violência. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Burundi foi convocado para as reuniões, mas ainda não confirmou a presença na capital queniana.
A União Africana pretende enviar uma força de paz para o Burundi, mas o Presidente Pierre Nkurunziza diz que o seu país tem forças suficientes para conter a violência que já causou centenas de mortos.
O ministro Georges Chikoti entregou há duas semanas, em Bujumbura, uma mensagem do Presidente José Eduardo dos Santos, que dirige a Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, para o Chefe de Estado do Burundi, Pierre Nkurunziza.
A presença do ministro em Bujumbura inseriu-se no quadro dos esforços diplomáticos para a resolução da crise política no Burundi, onde em Maio houve uma tentativa de golpe militar abortada pelas Forças Armadas. O Presidente Nkurunziza foi reeleito no mês de Julho.
O ministro das Relações Exteriores visitou também o Ruanda e Uganda, onde analisou com os respectivos Governos os esforços diplomáticos para a estabilidade no Burundi.
Na véspera da partida para Bujumbura, Chikoti concedeu uma entrevista à imprensa e reconheceu a difícil situação naquele país. “A situação no Burundi é preocupante para o mundo inteiro, principalmente para a região dos Grandes Lagos”, disse o ministro, que informou que os acontecimentos ocorridos naquele país preocupam Angola, na qualidade de presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos.
O ministro disse que o objectivo é continuar a manter um diálogo e criar um Governo de transição para que a questão da violência fique atenuada. “Vamos ter a possibilidade de falar com o medianeiro, o Presidente do Uganda, para ver quais são os esforços necessários para encorajar a paz entre os burundeses”, acrescentou.
Dias depois, num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores sublinhava que o Governo de Angola estava a acompanhar com preocupação a escalada de violência no Burundi e apelou às partes no sentido de se criarem canais de diálogo para o regresso à normalidade o mais rápido possível. A deterioração da situação política e militar, fundamentalmente em Bujumbura, de acordo com o comunicado, suscitou a pronta reacção de vários organismos internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas, pelo que o  Estado angolano manifesta total apoio aos esforços diplomáticos que estão a ser desenvolvidos para o fim da violência no Burundi.
O comunicado esclarece que, detendo a Presidência da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, Angola tem procurado estabelecer as pontes de diálogo com os demais Estados da região e organizações internacionais, de modo a que as autoridades burundesas criem as bases para uma verdadeira reconciliação nacional no quadro das premissas estabelecidas nos Acordos de Arusha.
Na mesma semana, o ministro das Relações Exteriores participou, em Oran, na Argélia, no III Seminário de Alto Nível sobre a Paz e Segurança em África. O  encontro destinou-se a ajudar os países africanos que assumem mandatos no Conselho de Segurança das Nações Unidas a tratarem de assuntos sobre a paz e segurança no continente.
Angola ocupa a presidência rotativa da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e nesta qualidade tem procurado, junto de mais países da região, o restabelecimento da paz e da estabilidade no Burundi e noutros Estados africanos.

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