BNA prevê novas regras para incentivo ao Prodesi

José de Lima Massano, Governador do Banco Nacional de Angola

O Banco Nacional de Angola  (BNA) pondera dar continuidade, em 2022,  às medidas do Aviso 10/20,  que obriga as instituições bancárias a financiarem o Prodesi, com  créditos mínimos não inferiores ao equivalente a 2,5% dos seus activos líquidos.

Este instrumento do Banco Central está em uso desde o dia 3 de Abril de 2020 e termina a sua vigência a 30  de Dezembro de 2021.

Dada a proximidade da data, o BNA consultou as instituições financeiras bancárias, associações empresariaıs e entidades governamentais que convergiram em dar continuidade as políticas e medidas do Aviso.

De acordo com o governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, o Aviso está a ser bem cumprido e a viabilizar o
Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).

Em conferência de imprensa, no quadro da reunião do Comitê de Politica Monetária, ocorrida terça-feira, Lima Massano, disse    estarem a compilar a informação recebida das referidas instituições  para se tomar uma decisão final, em torno do Aviso, antes do termino do ano.

“Temos a continuidade do programa, mas para já com um outro acerto em situação da leitura que será feita do inquérito às  instituições”,  avancou, questionando se a continuidade será nos mesmos termos e produtos de taxas de juro, sendo aspectos a serem revistos.

Deixou claro que o  “diploma bancário” tem critérios que os bancos devem cumprir e, no caso de incumprimento,  devem justificar, admitindo a existência de  bancos que não participam deste programa.

Da lista, é notória a  ausência do Banco Económico, o de Poupança e Crédito, o BOCLB (sucursal do Banco da China), o Sol e o SCBA (Standard Chartered  Bank Angola), que terão dado uma boa justificação ao BNA para a não participação deste Aviso 10/20.

Ainda assim, o governador reiterou a nota de apreciação positiva do desempenho dos bancos, lembrando os receios e reservas manifestadas no início deste programa que leva os bancos a assumirem  este tipo de risco de crédito.

Com este programa, considera  haver melhoria dos serviços prestados pelos bancos, mormente com a sua capacidade de análise de credito e redução do tempo de resposta ao crédito solicitado.

“Sem ilusões, admito a existência de algumas  dificuldades, mas com soluções, como a existência de unidades de recuperação de crédito bem treinadas”, expressou o executivo.

Até ao último relatório publicado pelo Banco Central, em termos de valor financeiro, o crédito concedido corresponde a 593,09 mil milhões de kwanzas (equivalente a USD 993,44 milhões).

O montante desembolsado pelos bancos comerciais até Outubro totalizou Kz 406,43 mil milhões, o equivalente a USD 680,78 milhões, representando um acréscimo de 20,39 mil milhões de kwanzas (5,28%) face a Setembro de 2021.

No âmbito do Aviso 10/2020, de 03 de Abril, regısta-se  um total de 345 créditos concedidos, dos quais 250 com desembolsos efectivos.

De Setembro a Outubro, 17 bancos bancos  cumpriram o limite mínimo de 2,50% do seu Activo Liquido, com destaque para o BMA, BCGA, BCH, BCI, BCS, BFA, BIC, SBA, BNI, BPG, BVB, FNB, KEVE, BIR, YETU, VTB e BMF.

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