Arte angolana no Instituto Camões

Fotografia: Dombele Bernardo
A exposição é a resposta às inúmeras solicitações dos amantes das artes plásticas e é uma espécie de antecâmara de uma mostra ainda mais completa em Luanda, disse ao Jornal de Angola, o pintor e escultor Etona.
Esta mostra remete para a reflexão. Etona diz que na arte não se procura o bonito, mas sim a reflexão suportada pela estética artística. A exposição do dia 18 no Instituto Camões é mais um desafio para o artista que procura fazer sempre mais pela arte e pela cultura angolana.
Depois de quase três anos sem exibir as suas obras ao público, o artista plástico promete surpresas. Várias peças de escultura e pintura estão preparadas para a exposição.
As obras de Etona são muito centradas nas inquietações sociais e nas preocupações do artista para com o ser humano. É um artista de intervenção social: “prefiro pintar a minha Mutamba, o meu Soyo ou os crimes contra os animais”, diz, prometendo que nesta exposição não vai ser diferente. Várias obras de intervenção social vão estar expostas.
Uma das obras da exposição é a “Sala 50”. De grande dimensão, o quadro “Sala 50” é uma crítica à sociedade e reflecte a situação do ensino das crianças. Interroga sobre o que se pode fazer pelo desenvolvimento do país. O artista conta que o quadro retrata uma situação de vida difícil, a realidade do país.
No quadro o artista descreve uma mulher que em vez de reagir às dificuldades da vida fica de mãos estendidas ao céu à procura de Deus e a espera que Ele faça alguma coisa por ela. No quadro, um homem sentado em vez de ajudar, acomoda-se.
Depois aparece uma criança desnuda, com uma cadeira. “Hoje a situação está a mudar. Por isso não basta o Governo fazer, todos devemos fazer alguma coisa por nós”, disse.