Angosat-2 é lançado este mês

O governo angolano anunciou, esta terça-feira, o lançamento, em órbita, do satélite Angosat-2 a 12 deste mês, em Baikonur, no Cazaquistão.

 

O anúncio foi feito pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, durante a abertura das actividades em torno da Semana  Mundial do Espaço.

Trata-se de um projecto que o Executivo para diminuir a exclusão digital de Angola e do continente, permitindo expandir serviços de telecomunicações às zonas mais recônditas do país a preços competitivos.

Mário Oliveira explicou que o satélite comporta uma série de serviços, cobrindo o continente africano, com maior ênfase para a região sul, e parte significativa do sul da Europa.

O Angosat-2 tem uma capacidade de transmissão sete vezes mais do que o primeiro aparelho, que tinha 16 “transponders” (retransmissores) na Banda C e seis na Banda KU.

O Angosat-2 terá ainda seis “transponders” na Banda C, 24 na Banda KU e, como novidade, um retransmissor na Banda KA.

Com o peso total de duas toneladas, o Angosat-2 é um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS) e disponibilizará 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite). O satélite será baseado na plataforma Eurostar-3000 e com 15 anos de tempo de vida útil.

O Angosat-2 começou a ser construído a 28 de Abril de 2018, nas instalações da Airbus, em França, onde foi instalada toda a carga útil do satélite, todos os componentes que vão permitir o seu funcionamento.

A estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade “fechada” de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk, na região da Sibéria, onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque. Seguiu-se a transferência para o local de lançamento, na estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão, de onde sairá para a órbita espacial.

O ministro salientou que o foco principal do satélite é a expansão dos serviços de telecomunicações de onde advém a Telemedicina, o Teletrabalho, baseado no serviço de internet que é capaz de exportar.

Conforme Mário Oliveira, já têm sido contactados por países africanos, sobretudo os da SADC, para prover serviços a estes estados, com destaque para os serviços de telecomunicações.

Angola, referiu, lidera a partilha de satélites da SADC  e dentro deste contexto está a trabalhar para apresentar o Angosat-2 nos países da região.

Em relação a preços dos serviços, Mário Oliveira disse que  não está nada definido, por existirem componentes a ter em conta, garantindo que  se vai  trabalhar na perspectiva de que haja preços justos e compatíveis com as necessidades do mercado.

O satélite AngoSat-2 surgiu com a missão de substituir o Angosat-1, o primeiro satélite angolano que foi lançado em órbita a 26 de Dezembro de 2017, mas desde então enfrentou problemas.

Após o lançamento houve uma perda primária de contacto devido a uma falha no subsistema de alimentação do satélite logo após este entrar em órbita,   embora as comunicações tenham sido recuperadas, houve problemas na fonte de alimentação do satélite.

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