Angola responde com prontidão aos esforços de paz

Fotografia: Santos Pedro
O ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, afirmou ontem, em Luanda, que Angola procura responder com prontidão ao desejo comum de paz efectiva, estabilidade política, económica e social dos países dos Grandes Lagos.
João Lourenço garantiu que Angola assume com responsabilidade a presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e compromete-se a contribuir para que esta região de África seja uma zona de paz, tranquilidade e de desenvolvimento.
O ministro angolano da Defesa vincou que a cooperação entre os países membros deve ser baseada em valores de interesse comum, em prol da segurança e prosperidade dos países membros.
João Lourenço, que falava na abertura da Reunião do Comité de Chefes de Estado-Maior das Forças Armadas dos 12 países que integram a CIRGL, realçou que para a concretização deste desejo, o país tem contribuído com a sua experiência em matéria de gestão de conflitos na busca de soluções negociadas para o alcance definitivo da paz na região e no continente, para que a pacificação se torne realidade concreta.
O ministro da Defesa Nacional garantiu que a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos está empenhada no estabelecimento de um clima de paz duradoiro e segurança em todos os países da região. Adiantou que a organização tem realizado várias acções para garantir a paz e a segurança que os países africanos precisam, em particular os que ainda vivem em situação de instabilidade político-militar.
O titular da pasta da Defesa Nacional referiu que os países membros continuam a dar passos firmes para a consolidação das instituições democráticas e os mecanismos capazes de promover o desenvolvimento e o bem-estar da população.
Fez ainda referência à situação no leste da República Democrática do Congo, na República Centro Africana e no Sudão do Sul e alertou aos Chefes de Estado-Maior General dos países dos Grandes Lagos que os mesmos devem continuar a merecer dos Estados membros uma melhor atenção e empenho redobrado para que possam efectivamente conhecer uma verdadeira estabilidade política, económica e social.
Relativamente à pacificação do leste da RDC, o ministro João Lourenço disse que vê com satisfação a entrega de armas por parte das chamadas Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda, no Kivu Sul. Sobre o Sudão do Sul afirmou que está a dar passos concretos com vista a assegurar a paz e a estabilidade através do diálogo, concertação e entendimento político.
João Lourenço manifestou, todavia, a sua preocupação em relação à situação na RCA, devido ao clima de tensão ainda vigente neste país. Pediu, por isso, o aprimoramento das acções e do Mecanismo Conjunto de Verificação Alargado para a concretização dos objectivos que os países da região dos Grandes Lagos se propuseram alcançar.
O ministro apelou aos Chefes de Estado-Maior da Conferência dos Grandes Lagos para continuarem a trabalhar para dar repostas urgentes aos problemas militares cuja concretização passa pela realização de estratégias comuns.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, Geraldo Sachipengo Nunda, pediu a conjugação de esforços na solução definitiva dos conflitos na RDC, RCA e Sudão do Sul.
O também presidente do Comité de Chefes de Estado-Maior General da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos considerou mais preocupante a situação na RCA, “em que o governo de transição se encontra numa situação difícil para manter a ordem e a tranquilidade no país, dada a acção dos grupos rebeldes em conflito, que frequentemente confrontam as forças de manutenção de paz”, disse.