Angola recupera níveis de produção petrolífera

Fotografia: AFP

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Angola está a recuperar os níveis de produção nacional de petróleo com a reanimação de alguns campos e o início de actividade do projecto Clov (Cravo, Lírio, Orquídea e Violeta) no bloco 17.

A revelação foi feita ontem, em Luanda, pelo ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, quando procedia à abertura do seminário sobre “Petróleo e Gás”, numa promoção da Associação Internacional dos Produtores de Petróleo  e Gás (OGP).
Botelho de Vasconcelos assegurou que, com esta tendência de retoma e de crescimento da produção, o Executivo  mantém a meta de atingir  uma  produção diária de mais de dois  milhões de barris de petróleo, a partir do próximo ano.
Devido ao impacto da redução da produção do petróleo registada no primeiro semestre, como consequência da paralisação de alguns campos petrolíferos,  as reservas internacionais  angolanas voltaram a descer  em Julho, pelo quarto mês consecutivo, para 28,6 mil milhões de dólares contra 29,5 mil milhões de dólares contabilizados em Junho do corrente ano, segundo dados recentes do Banco Nacional de Angola.

Mais petróleo

O projecto CLOV prevê atingir uma produção uma diária de 160 mil barris “ao longo dos próximos meses”, através de quatro campos petrolíferos, em águas profundas entre 1.100 e 1.400 metros, na bacia do Baixo Congo. Com reservas estimadas em mais de 500 milhões de barris, trata-se de uma produção com potencial para 20 anos e engloba 34 poços e oito colectores ligados por 180 quilómetros de tubagens submarinas a uma unidade flutuante de produção.
A Total, com uma participação de 40 por cento, funciona como operadora, tendo como parceiros a Statoil ASA com 23,33 por cento, a Esso Exploration Angola (Block 17) com 20 por cento e a BP PLC com 16,67 por cento. O ministro dos Petróleos lembrou que as perspectivas para a exploração e produção de petróleo e gás em Angola são “positivas e animadoras”,  tendo em conta a previsão do aumento dos investimentos em exploração, desenvolvimento e produção em áreas tradicionais, mas sobretudo no Pré-sal.
“Cerca de 99 por cento da nossa produção vem do offshore, sendo cerca de dois terços provenientes de campos localizados  em águas profundas e ultra profundas”, precisou o ministro dos Petróleos.  Para o ministro Botelho de Vasconcelos, a exploração do pré-sal representa um grande desafio para o sector petrolífero angolano, não só pelo facto de ser uma nova fronteira exploratória, mas também por se tratar de um ambiente geológico complexo e que requer inovações tecnológicas a todos os  níveis e com desafios ambientais enormes. Angola ainda está abaixo da média mundial em termos de barris produzidos versus barris derramados. De acordo com o ministro, isso constitui um bom indicador, mas o objectivo “é  e será sempre atingir zero derrame”.

Plano de contigência

Botelho de Vasconcelos sublinhou que Angola dispõe de um plano nacional de contingência contra derrames de petróleo, aprovado pelo Conselho de Ministros em Novembro de 2008. É um instrumento que estabelece as directrizes e as orientações de preparação e respostas aos derrames de petróleos no mar.
O plano inclui um Comité Técnico e um comando nacional de incidentes, coordenado pelo ministro dos Petróleos. A implementação efectiva das componentes do plano está em curso, como é caso do mapeamento das áreas sensíveis da costa Norte de Angola e formação dos técnicos da comissão. “Estamos, neste momento, a identificar o local para a instalação do comando nacional de incidentes e do centro de respostas de notificação de incidentes, que serão devidamente equipados com ferramentas  apropriadas para desempenharem o seu trabalho”, informou o ministro.
O seminário foi promovido pela  Associação Internacional dos Produtores de Petróleo  e Gás (OGP). O objectivo, segundo o presidente regional da OGP  Gordon  Birrell,  é trocar experiências com técnicos de companhias angolanas sobre as diferentes  formas de prevenção de derrame de petróleo.

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