Angola quer cooperação agro-industrial com Emirados Árabes

Ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes à (esq) e Sheikn Ahned Dalmook Al Naktoun a (dir) FOTO: CLEMENTE DOS SANTOS

Ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes à (esq) e Sheikn Ahned Dalmook Al Naktoun a (dir)
FOTO: CLEMENTE DOS SANTOS

O ministro angolano da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, manifestou hoje, em Luanda, a intenção de Angola cooperar com Emirados Árabes Unidos (EAU), em desenvolvimento de projectos de natureza agro-industrial.

O governante angolano, que manifestou essa intenção durante um encontro com o Sheik Ahmed Al Maktooum, referiu que a ideia surge da necessidade do fomento da produção industrial de Angola e do aumento da base de produção alimentar dos EAU, por ser um país do deserto.

Durante o encontro, que teve por objectivo analisar a carteira de projectos de investimentos dos EAU em Angola, foram abordados os caminhos a seguir para o fortalecimento das relações entre os dois países no domínio industrial.

Foram definidos também como prioritários nesta cooperação os sectores da alimentação, tecnologias e produção de equipamentos.

Assim, no encontro, ficou decidido que uma equipa técnica do Ministério da Indústria e Comércio e do Sheik Ahmed Al Maktooum vão trabalhar para desenvolver os projectos que forem identificados como prioritários nesta fase.

Na segunda-feira, o Sheik Ahmed Al Maktooum, assinou, com o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), um acordo de cooperação, para facilitar a aquisição de tractores fabricados na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo.

O memorando abre portas ao BDA para financiar a aquisição, pelos agricultores angolanos, de tractores produzidos na ZEE Luanda-Bengo, pelos Emirados Árabes Unidos.

O investimento naquela unidade de montagem de tractores, com capacidade para produzir três mil máquinas/ano, visa apoiar o processo de diversificação da economia, em curso no país.

Com este memorando, Angola e os EAU consolidam uma parceria estratégica de 16 anos, que ganhou corpo, em 2004, altura da abertura de um consulado geral, que passou, quatro anos depois, ao estatuto de embaixada.

Os dois Estados mantêm uma activa cooperação económica, que resultou, só em Junho último, em 1,9 mil milhões de dólares (1,611 milhões de euros), em volume de exportações e importações.

As trocas comerciais entre os dois países, realizadas desde 2004, traduz-se em materiais diversos e de matéria-prima, como pedras preciosas, diamante, petróleo e outros artigos.

Os diamantes representam 90 por cento dos produtos angolanos exportados para aquele parceiro comercial do Médio Oriente.

No quadro do reforço da cooperação económica e comercial, em Janeiro do ano em curso, a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) e a Câmara de Comércio e Indústria Angola/Emirados Árabes Unidos rubricaram, em Luanda, um memorando de entendimento para negociação de linhas de crédito e pacotes de financiamento.

Angola e os EAU têm forte cooperação nos sectores do petróleo, gás, comércio e investimento, energia, defesa, transportes, exploração mineira, agricultura, pesca, banca, telecomunicações e finanças e fisco.

No domínio fiscal, os dois governos ratificaram, em Agosto último, a convenção para evitar a dupla tributação e a evasão fiscal, que visa impedir que os empresários paguem impostos nos dois países e fujam ao fisco.

A convenção constitui uma ferramenta essencial, ao dispor das autoridades fiscais dos dois países que, desta forma, conseguem cruzar informação relativa a valores e enquadramento contabilístico tributário declarados num país e no outro.

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