Angola participa no Fórum de Paris sobre a Paz

Ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira

Angola participa no Fórum de Paris sobre a Paz, dedicado este ano à redução das desigualdades no planeta, com uma delegação chefiada pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, em representação do Presidente João Lourenço.

 

O fórum, criado em 2018, tem como foco, na presente edição, abordagens sobre a redução das fracturas mundiais e a problemáticas da era digital, a regulamentação em matéria de ciberespaço, a cibersegurança, a luta contra o terrorismo, o extremismo e as fake-news e  a protecção dos menores e os efeitos negativos da Covid-19 no desenvolvimento mundial.

A ministra Carolina Cerqueira disse, em entrevista à ANGOP, que o Fórum é uma importante plataforma mundial para reflexão sobre os temas mais candentes que afectam o desenvolvimento social e  humano de milhões de pessoas, num contexto de crise sanitária mundial, causada pela Covid-19, aumento da crise alimentar resultante das alterações climáticas e conflitos armados.

Destacou ainda o facto de promover abordagens sobre as redes sociais e a cibernética, como meios permeáveis à violência e crimes sexuais contra as crianças e os direitos fundamentais das pessoas e instituições, assim como a necessidade do reforço do multilateralismo, para incentivar a cooperação mundial em defesa da paz e desenvolvimento durável.

Com a pandemia da Covid-19, adiantou, 11 milhões de meninas dos países africanos ficaram privadas de ir à escola, o que representa um entrave à sua inclusão social e autonomização quando adultas.

Sobre as redes sociais, numa abrangente discussão sobre o papel da inteligência artificial no século XXI, Carolina Cerqueira  referiu que está em debate, de forma muito especial, o seu papel pernicioso no encorajamento dos crimes cibernéticos de pornografia e violência sexual contra as crianças, pelo que, no seu entender, devem ser tomadas medidas enérgicas contra tais praticas, que atentam contra os direitos das crianças, a estabilidade das famílias e a estruturação social.

Em relação à emigração e mobilidade das populações, disse que tais fenómenos constituem um problema mundial que afecta, sobretudo, os países menos desenvolvidos e são necessários mais  financiamentos para o equilibro da problemática demográfica, que deve ser incluída nas prioridades de desenvolvimento durável e de investimento.

A ministra referiu que grande parte da mobilidade populacional deve-se às alterações climáticas, a seca, a desertificação, as calamidades, a pobreza, o aumento do desemprego nos países menos desenvolvidos e os conflitos armados, que tendem a proliferar no continente africano.

Carolina Cerqueira afirmou que Angola apresenta, nos vários painéis de trabalho do Fórum, a sua experiência em vários domínios, em particular sobre os esforços do Executivo nas áreas do desenvolvimento humano e durável e nas iniciativas para a inclusão social e das minorias e sobre a educação para a paz, a nível institucional e do associativismo, que cresce substancialmente no país.

Reafirmou, por outro lado, que na agenda do governo angolano a defesa dos direitos das crianças, a igualdade do género e promoção e autonomização das mulheres têm um grande impacto e continuarão a ser prioridade, para que o país possa avançar com o contributo, saber e potencialidades de mais de metade da população, constituída por mulheres e, por outro lado, garanta um futuro seguro e  próspero para os mais novos.

Ressaltou que os temas em destaque no Fórum de Paris, ligados ao combate pelos direitos do homem, pelos valores, pela democracia, pela igualdade da mulher, pela liberdade de culto, vão permitir uma vasta discussão e troca de pontos de vista e de experiências entre os participantes de forma presencial e virtual.

A ministra destacou ainda a necessidade de financiamentos para a defesa dos direitos das mulheres, educação das meninas, combate à violência, apoio aos refugiados, deslocados, populações afectadas pela pandemia, privados dos seus direitos e da liberdade.

O evento conta com a participação de cerca de 30 chefes de Estado e de Governo.

O programa inclui ainda a apresentação do Observatório Internacional de Informação e Democracia, uma entidade que tem por objectivo tornar-se relativamente à desregulamentação democrática naquilo que é o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas para o aquecimento global.

A organização pretende, com os encontros, alcançar compromissos conjuntos sobre como tornar a internet mais segura para as crianças.

A delegação angolana é integrada pelo embaixador de Angola em França, João Miranda, e pelo director do Gabinete de Quadros da Presidente da República, Edson Barreto.

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