Angola participa em reunião sobre combate ao tráfico de seres humanos

Pormenor do edifício da da ONU

Angola participa desde segunda-feira na reunião de alto nível da Assembleia Geral da ONU dedicada à avaliação do plano de Acção de Combate ao Tráfico de Seres Humanos.

A reunião, que encerra esta terça-feira, está a avaliar os progressos alcançados na implementação do Plano de Acção Global para Combater o Tráfico de Pessoas.

Em nota de imprensa, a Representação Permanente de Angola Junto da ONU adianta que a avaliação ocorre numa base quadrienal e oferece a oportunidade de reconhecer as conquistas e reflectir sobre as lacunas e os desafios existentes.

O documento, a que a ANGOP teve acesso, refere que, ao intervir na sessão de abertura, a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohamed, afirmou que as crises globais, incluindo a contínua pandemia Covid -19, atrasaram o progresso da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Segundo Amina Mohamed, o tráfico de pessoas, um crime que muitas vezes está escondido à vista de todos, recuou ainda mais nas sombras da economia global e nos cantos escuros da Internet.

“As tecnologias de informação e comunicação, que também se tornaram cada vez mais importantes na pandemia, estão sendo mal utilizadas pelos traficantes para facilitar o recrutamento, o controlo e a exploração das vítimas”, frisou.

Amina Mohamed disse que refugiados e migrantes são especialmente vulneráveis aos traficantes, e podem ser abusados e explorados para trabalhos forçados, exploração sexual, servidão doméstica e até mesmo remoção de órgãos.

Por seu turno, a directora executiva do escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Siobhán Mullaly reconhece ter havido progressos significativos desde a implementação do Plano de Acção Global em 2010.

A responsável reconheceu que a força do tráfico sexual está a aumentar, tendo considerado que o mundo está a falhar com as mulheres e meninas vulneráveis.

Debates prosseguem hoje

A reunião de alto nível da Assembleia Geral prossegue, esta terça-feira, com mais intervenções dos Estados Membros, e dois painéis de debate sendo o primeiro em torno do plano de acção global e das questões e lacunas duradouras do tráfico, incluindo de mulheres e crianças, especialmente meninas, para fins de exploração sexual.

A sessão de hoje também tem em agenda a análise do plano global de acção de questões emergentes, como o tráfico de pessoas no contexto da Covid-19, bem como o uso indevido de tecnologias de informação e comunicação para facilitar o tráfico, incluindo o tráfico de crianças para fins de exploração sexual na internet.

A Representante Permanente de Angola Junto da ONU, Maria de Jesus Ferreira, deverá intervir na sessão desta terça-feira.

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