Angola insta o Mundo a preservar o ambiente

EMBAIXADORA MARIA DE JESUS FERREIRA, REPRESENTANTE DE ANGOLA JUNTO DA ONU (Arq.)
FOTO: FOTO CEDIDA
Angola declarou esta sexta-feira, em Nova Iorque, que o Mundo precisa de acelerar o ritmo e envidar maiores esforços na busca de soluções para a poluição, as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, a fim de transformar verdadeiramente sociedades e economias até 2030.
A declaração foi divulgada pela representante permanente da República de Angola junto das Nações Unidas em Nova Iorque, embaixadora Maria de Jesus Ferreira, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, que hoje se assinala, que tem como tema a biodiversidade.
“As mudanças climáticas são umas das maiores ameaças do nosso tempo, uma vez que os seus impactos adversos prejudicam, gravemente, a nossa capacidade de atingir as metas de desenvolvimento sustentável”, disse a diplomata angolana, ressaltando que esta é a década da acção para se alcançar esse desiderato.
Para Maria de Jesus Ferreira, a forte pressão da humanidade sobre os recursos naturais, combinada com factores como o crescimento populacional, a expansão urbana, o aumento dos padrões de consumo e o desenvolvimento económico e industrial contribuiu para a exacerbação dos problemas ambientais.
Na declaração sobre o evento virtual comemorativo do 5 de Junho, destaca-se a contribuição de Angola para o esforço de preservação e melhoria do meio ambiente, reflectida na implementação de um programa nacional de desenvolvimento sustentável, que inclui medidas adoptadas para combater as mudanças climáticas e seus impactos negativos.
O referido programa tem como objectivo promover a preservação e o uso sustentável dos oceanos, protegendo, recuperando e promovendo os ecossistemas e a biodiversidade, além de combater a desertificação, de acordo com o documento.
Esse plano nacional é centrado nos esforços do Governo angolano para proteger e preservar a biodiversidade da grande bacia do Okavango, uma das maiores áreas protegidas e transfronteiriças da África subsahariana, e vital para a saúde da região.
O plano está a ser gerido em duas frentes, designadamente por meio de uma parceria com o “National Geographic Okavango Wilderness Project” (NGOWP), que tem como finalidade a construção de cooperativas alternativas de subsistência para a agricultura e a silvicultura sustentáveis, bem como a gestão de bacias hidrográficas.
A extensão educacional, a gestão de áreas protegidas e a criação de uma economia local baseada na conservação são outro dos objectivos do programa, cuja segunda frente é gerida pela Comissão da Bacia do Rio Okavango (OKACOM), estabelecida pelos Estados de Angola, Botswana e Namíbia.
O plano tem como propósito a promoção e o fortalecimento da gestão sustentável integrada da região, o respeito e a implementação das melhores práticas internacionalmente reconhecidas para preservar e proteger a biodiversidade da bacia, melhorar meios de subsistência das comunidades locais e desenvolver a economia geral de cada Estado participante.
Na declaração, Angola argumenta que a actual crise global de saúde, causada pelo surgimento da covid-19, não pode ser vista como não relacionada à destruição humana de hábitos e biodiversidade, “pois destruímos continuamente o ecossistema através do desmatamento, da caça, agricultura e do comércio e consumo de animais silvestres”.
Considera a presente crise um lembrete de que a saúde humana está ligada à saúde do planeta e que um planeta saudável é fundamental para a capacidade humana de desenvolver e até alcançar e manter a paz e a segurança.
A crise torna urgente “intensificar os esforços na implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda de Acção de Addis Abeba e dos compromissos no âmbito do Acordo de Paris sobre as Mudanças Climáticas”, observa.