Angola e Turquia têm bons negócios
As trocas comerciais entre Angola e a Turquia vão evoluir para os mil milhões de dólares (110 mil milhões de kwanzas) até 2017, anunciou ontem, em Luanda, o vice-ministro turco da Economia.
Adnan Yildirin, que anunciou o facto ao discursar no Fórum Empresarial Angola-Turquia, disse que as trocas comerciais aumentaram de 24 milhões de dólares em 2004 para 293 milhões de dólares em 2014.
O vice-ministro da Turquia revelou que os empresários turcos do sector da construção participam em três grandes projectos avaliados em 200 milhões de dólares no âmbito do Programa Nacional de Desenvolvimento de Angola 2013-2017. “O nosso Governo está a trabalhar para ser membro do Banco Africano de Desenvolvimento para investir em vários projectos em Angola e a nível de África”, acentuou. Esta medida, esclareceu, visa facilitar as empresas turcas no acesso aos programas de financiamentos e licitações que favoreçam aos programas de investimentos.
Adnan Yildirin informou que o volume de comércio entre a Turquia e a África era de cinco mil milhões de dólares em 2003 e passou para 24 mil milhões de dólares em 2014. “Os montantes atingidos em 2014 representam nove por cento do comércio exterior da Turquia. Actualmente os investimentos em África atingiram os seis mil milhões de dólares”, disse. Adnan Yildirin referiu que empresários turcos do sector da construção investiram em África em projectos avaliados em 50 milhões de dólares. “Mais de 27 empresas turcas estão no sector da construção em Angola. O nosso sector é o segundo melhor a nível do Mundo”, salientou, acrescentando que mais de 104 países possuem projectos turcos na área de construção avaliados em mais de 300 milhões de dólares.
O décimo sexto país com a maior economia do mundo possui um Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 800 mil milhões de dólares. Em 2003, a Turquia possuía 12 embaixadas em África e hoje aumentou para 39 representações diplomáticas. O vice-ministro da Economia considerou importante apoiar o sector privado pelo impacto que representam no desenvolvimento das economias.
O embaixador da Turquia em Angola, Ihsam Kiziltan, manifestou interesse em cooperar com Angola em vários sectores, uma vez que representa o décimo país com maior interesse no comércio. “Queremos concretizar as ligações directas com voos diários entre Istambul e Luanda para facilitar o comércio entre os dois países”, referiu.
O representante da Assembleia de Exportadores da Turquia, Sahin Ôder, informou que o seu governo em 2014 escolheu o mercado angolano para aumentar as relações sociais e económicas.
Informou que a Turquia exporta para Angola cereais, aço, materiais de construção e bens diversos. A Assembleia de Exportadores da Turquia possui uma organização com mais de 60 mil exportadores associados.
Petróleo angolano
O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, informou que interessa ao Executivo angolano a venda do petróleo ao mercado turco. Na sua opinião, Angola precisa dos materiais de construção da Turquia para os programas de reconstrução do país. “Esperamos que as negociações com a Turquia Airlines e os acordos para supressão de vistos sejam concretizados”, acentuou.
O secretário de Estado da Indústria, Kiala Gabriel, fez uma retrospectiva do crescimento da construção de 2010 até 2014. “A média de crescimento da indústria angolana nos últimos cinco anos foi da ordem dos 11,9 por cento”, indicou.
Em relação à diversificação económica, Kiala Gabriel informou aos empresários turcos a necessidade de investirem nas áreas da metalurgia e da agroindústria, com vista a assegurar a segurança alimentar e reduzir as importações.
O secretário de Estado do Comércio Externo, Alexandre Costa, lembrou que as relações entre Angola e a Turquia datam de 2008, com a assinatura de um acordo comercial de cooperação técnica e económica.
Alexandre Costa referiu que a cooperação bilateral entre os dois países permitiu atingir um volume do comércio na ordem dos 270 milhões de dólares em 2013, e 240 milhões de dólares em 2014.
O secretário de Estado do Comércio Externo apontou que os produtos mais importados nos dois últimos anos foram têxteis, vestuário, materiais de construção .