Angola e Marrocos identificam áreas de cooperação ambiental
A ministra do ambiente, Fátima Jardim, e a ministra delegada do Ambiente dos Marrocos, Hakimael Haite, discutiram terça-feira, em Marrakech, oportunidades de cooperação em programas de alterações climatéricas, visando a preservação dos solos para redução do efeito estufa.
Segundo uma nota de imprensa chegada hoje (quarta-feira) à Angop, o encontro aconteceu à margem da 7ª edição do Fórum Africano do Carbono, que decorreu de 13 a 15 de Abril, sob o patrocínio do Reino de Marrocos e os organismos das Nações Unidas para alterações climatéricas.
A note refere que Angola participou no evento em gesto de solidariedade com Marrocos na definição de políticas sobre a alteração climática para os países africanos em desenvolvimento. Dentre vários assuntos, Angola defende uma compensação no financiamento de projectos de redução da pobreza para os países produtores de energias limpas.
À margem da reunião de peritos, que antecedeu a cimeira dos ministros, as governantes reuniram-se para avaliar as possibilidades de cooperar, definindo como prioridade a capacitação para as boas práticas na preservação do eco-sistema e na produção de energias renováveis, com os serviços de reciclagem de resíduos.
Fruto do dialogo com Angola, a ministra delegada marroquina programou uma visita de campo com os demais ministros africanos e representantes de governos para as questões ambientais, mostrando os projectos do reino tendentes a reduzir a poluição, melhorar o aproveitamento dos solos, na produção de energias limpas e utilização de resíduos para garantir a sustentabilidade, bem como o nível de organização administrativa na gestão do ambiente.
A encontro serviu igualmente para a ministra angolana abordar potenciais parceiros, isto é, Estados melhor organizados na matéria e instituições financeiras para levar avante os seis projectos concebidos para produção de carbono, dos quais apenas o da Barragem do Gove, no Huambo, foi já aprovado pelos mecanismos internacionais, criados ao abrigo do protocolo do Quioto, e que contribui com a redução 126 mil toneladas ano, de emissão de gases da contaminação do ar.
Com esse requisito cumprido, o país passa a dispor de créditos que podem ser comercializados aos Estados que ainda estão longe de cumprir os padrões recomendados, ou ainda junto do Fundo Verde para as Alterações Climáticas e reverte-los em projectos de redução da pobreza.
Dentro das estratégias do governo para redução da emissão dos gases de estufa, constam a criação do plano de consciencialização e educação das populações, a reabilitação dos parques nacionais, a criação do laboratório de controlo da poluição, o combate a seca e desertificação, a gestão de resíduos, assim como a recuperação das zonas húmidas e os mangais.
O fórum africano do carbono é um evento regional anual, que proporciona oportunidades de partilha de experiências sobre investimentos no mercado do carbono em África, bem como permite igualmente reforçar a capacidade dos países no desenvolvimento de estratégias sobre a matéria, e criar redes de contactos entre os diferentes actores do mercado de carbono em África.
A “Identificação de contribuições para a mudança climática”, “Desafios e oportunidades as tendências actuais dos mercados internacionais de carbono”, “As oportunidades de financiamento no âmbito dos projectos do fundo verde para o clima”, entre outros foram os principais temas que dominou o evento.
O evento que contou com um segmento ministerial de alto nível proporciona aos governos africanos a oportunidade de discutirem sobre as expectativas e contribuições para um acordo internacional sobre mudanças climáticas, que deverá decorrer em Paris, em Dezembro deste ano.