Angola e Marrocos definem cooperação
A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, e a ministra delegada do Ambiente de Marrocos, Hakimael Haite, discutiram, quarta-feira, em Marraquexe, oportunidades de cooperação em programas de alterações climatéricas, visando acções de preservação dos solos para redução do efeito estufa.
O encontro aconteceu à margem do Fórum Africano do Carbono, que decorreu sob o patrocínio de Marrocos e o organismo das Nações Unidas para as alterações climatéricas.
Num comunicado, o Ministério do Ambiente refere que Angola participou em gesto de solidariedade com Marrocos na definição de políticas sobre a alterações climáticas para os países africanos em desenvolvimento. Angola defende uma compensação no financiamento de projectos de redução da pobreza para os países produtores de energias limpas.
À margem da reunião de peritos, que antecedeu a cimeira dos ministros, as partes angolana e marroquina avaliaram as possibilidades de cooperar, definindo como prioridade a qualificação para as boas práticas na preservação do ecossistema e na produção de energias renováveis, com os serviços de reciclagem de resíduos.
Fruto do diálogo com Angola, a ministra marroquina programou uma visita com os ministros africanos e representantes de governos para as questões ambientais, mostrando os projectos tendentes a reduzir a poluição, melhorar o aproveitamento dos solos, na produção de energias limpas e utilização de resíduos para garantir a sustentabilidade e o nível de organização administrativa na gestão do Ambiente.
O encontro serviu igualmente para Fátima Jardim abordar potenciais parceiros, incluindo instituições financeiras, para os seis projectos concebidos para produção de carbono.
Destes, apenas o da Barragem do Gove, no Huambo, foi aprovado pelos mecanismos internacionais, criados ao abrigo do Protocolo do Quioto, e que contribui com a redução de 126 mil toneladas ano, de emissão de gases da contaminação do ar. Com esse requisito cumprido, Angola passa a dispor de créditos que podem ser vendidos aos Estados que ainda estão longe de cumprir os padrões recomendados, ou ainda junto do Fundo Verde para as Alterações Climáticas e revertê-los em projectos de redução da pobreza.
Na estratégia do Executivo para redução da emissão dos gases de estufa, consta a criação do plano de consciencialização e educação da população, a reabilitação dos parques nacionais, a criação do laboratório de controlo da poluição, o combate à seca e desertificação, a gestão de resíduos, a recuperação das zonas húmidas e os mangais. O Fórum Africano do Carbono é anual e proporciona oportunidades de partilha de experiências sobre investimentos no mercado do carbono em África.
O fórum permite igualmente reforçar a capacidade dos países no desenvolvimento de estratégias sobre a matéria, e criar redes de contactos entre os diferentes actores do mercado de carbono em África.
A “Identificação de contribuições para a mudança climática”, “Desafios e oportunidades, as tendências actuais dos mercados internacionais de carbono”, “As oportunidades de financiamento no âmbito dos projectos do fundo verde para o clima”, foram os principais temas do encontro.